De lá pra cá, novos produtos entraram no escopo da empresa e a JPA Agro teve em 2024 um GMV (Gross Merchandise Volume), ou seja, um volume de transações realizadas na plataforma de R$ 500 milhões. Para este ano, a expectativa, segundo Avelar, é atingir R$ 750 milhões.
Hoje são negociados na plataforma sementes, defensivos, fertilizantes, produtos de nutrição e saúde animal e até máquinas, implementos e serviços. O setor mais atendido é o de pecuária de leite.
Para crescer neste ano, Avelar diz que tem investido em inteligência artificial para reforçar o canal de vendas. A ideia é criar um chatbot em que o cliente tire suas dúvidas sobre qual produto usar em determinada cultura em um momento específico e receba as opções de compra dentro do marketplace.
“Sinto que temos que trilhar esse caminho e por isso estamos desenvolvendo essa IA com professores da UFLA (Universidade Federal de Lavras), para muni-la de informações sobre os produtos que vendemos”
A JPA tem presença em todo País, principalmente, além de Minas Gerais, no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Bahia.
Desde os primórdios, ainda na venda 100% física, a JPA atua também cedendo crédito aos clientes, numa dinâmica tradicional no setor. Com funding próprio, Avelar e sua equipe apostam na expertise que a empresa tem no agro para manter uma inadimplência baixa.
Além do tempo de atuação no mercado, Leandro Avelar é filho de engenheiro agrônomo e atua como produtor rural, mesmo formado em administração de empresas com uma pós-graduação feita na Suíça.
Em Lavras, sede da JPA, possui com outros sócios uma fazenda de 1,8 mil hectares, com um centro de armazenagem, onde planta soja, milho e feijão. O empreendimento agrícola tem o nome de Unisafra.
No ano passado, a JPA, por meio de seu braço JPA Cred, concedeu R$ 180 milhões em crédito a clientes, um avanço de 80% frente a 2023, tudo com funding próprio.
Para 2025, a expectativa é atingir os R$ 250 milhões, e dessa vez, com auxílio de terceiros.
Avelar revelou ao AgFeed que a companhia está estruturando um FIDC, no qual comprará R$ 60 milhões em cotas subordinadas. As cotas mezanino e sênior ficarão com outros investidores, que a empresa espera captar nos próximos meses através de um roadshow.
A ideia é captar mais R$ 40 milhões por fora, criando um fundo de R$ 100 milhões para financiar clientes.
“Queremos aproveitar o nosso ecossistema. Hoje o mercado de leite, onde atuamos com mais força, tem um milhão de produtores, sendo 300 mil que administram de forma profissional. Os outros 700 mil vivem de subsistência e queremos furar essa bolha para ajudá-los no financiamento de galpões e vacas”, exemplifica o CEO e fundador da JPA.
A JPA atua ainda em parcerias com indústrias de laticínios, financiando a compra de vacas para produtores, assim como é feito nos moldes das granjas de aves.
A companhia já fez parcerias com grandes nomes do setor lácteo como Danone e Verde Campo, e cita conversas com outro gigante, a Lactalis Brasil, para financiamento dos animais.
“Esse ano começou acelerado no crédito, com muita antecipação de recebíveis. Vamos seguir com esse fundo para mostrar que o setor de leite, mesmo pulverizado, tem recorrência”, afirma.