Saiba o que é e porque o Kefir é consumido – e quando não é recomendado.
“Temos o Kefir de água e o de leite. Para o de leite, usa-se como substrato o leite integral; para o de água, utiliza-se água e açúcar mascavo, que é um açúcar geralmente menos processado”
“Temos o Kefir de água e o de leite. Para o de leite, usa-se como substrato o leite integral; para o de água, utiliza-se água e açúcar mascavo, que é um açúcar geralmente menos processado”

Você provavelmente já ouviu falar do Kefir, cuja origem provável é atribuída às montanhas do Cáucaso, região de fronteira entre os continentes europeu e asiático.A partir dos grãos de Kefir é produzida uma bebida fermentada que se popularizou no mundo todo, inclusive no Brasil.

“Temos o Kefir de água e o de leite. Para o de leite, usa-se como substrato o leite integral; para o de água, utiliza-se água e açúcar mascavo, que é um açúcar geralmente menos processado”, explica Maysa Lima Parente Fernandes, doutoranda em Microbiologia Agrícola da UFLA (Universidade Federal de Lavras).

O que é Kefir?

kefir
Foto: Anshu A | Unsplash

O Kefir é um conjunto de microrganismos vivos, bactérias e leveduras que formam simbiose e vivem em perfeita harmonia, produzindo substâncias que são conhecidas como probióticos, que são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro.

Todos podem consumir?

Pessoas com intolerância à lactose podem optar por consumir o kefir de água e, para além dessa recomendação, algumas pessoas devem ter cautela no consumo deste tipo de alimento. “O Kefir mantém o equilíbrio da microbiota intestinal (flora intestinal). Porém, pessoas que possuem algum tipo de deficiência no sistema imunológico devem evitar consumir o kefir, já que elas possuem uma carga microbiana menor e, quando se introduz uma grande quantidade de microrganismos no corpo, pode ser que isso provoque um desequilíbrio intestinal nessas pessoas”, afirma Maysa.

Compartilhando o Kefir

Os grãos de kefir se multiplicam muito rápido e, por isso, o costume é doá-los. Assim, o uso de probióticos caseiros foi se multiplicando mundo afora. Algumas pessoas acreditam que ele ajuda no processo de emagrecimento, porém a doutoranda esclarece que não há nenhuma comprovação científica disso. O que acontece é que por ser uma bebida energética, o Kefir proporciona saciedade. “Também é possível elaborar uma bebida gaseificada feita com o kefir de água para substituir o refrigerante e ajudar em alternativas saudáveis de consumo”, aponta.

kefir
Foto: Hella Delicious | Flickr

A ciência ainda tenta descobrir muitas coisas sobre o Kefir e, na UFLA, a professora Rosane Freitas Schwan, juntamente com o Núcleo de Estudos em Fermentações (Nefer), tem estudado o kefir há cerca de 10 anos. “Realizamos pesquisas com grãos de Kefir, examinando a microbiota desses grãos tanto de água quanto de leite. Além de produtos à base de Kefir que já surgiram de nossos estudos, avaliamos também, dentre os microrganismos presentes nesta fermentação, quais seriam potencialmente probióticos, o que seria uma facilidade na hora de comercialização.”

De acordo com a professora, além de ser agradável ao paladar, o kefir promove muitos efeitos benéficos, através da renovação da microbiota intestinal, podendo inclusive absorver toxinas provocadas por outros microrganismos. Os estudos realizados pelo Nefer têm contribuindo para conhecer a constituição química e o processo fermentativo das bebidas fermentadas consumidas no Brasil.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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