A Lactalis e a empresa Celia Laiterie são acusadas de fraude agravada, de lesões involuntárias e de não cumprimento das medidas de recolha e recuperação, anunciou o grupo numa declaração e confirmou uma fonte judicial.
As duas empresas, sediadas no departamento francês ocidental de Mayenne, foram colocadas sob supervisão judicial com uma fiança de 300.000 euros (321.000 dólares) cada uma, informaram as fontes.
“Esta etapa marca o início da investigação judicial em que a Lactalis se compromete a participar plenamente e com total transparência”, disse o grupo, acrescentando que isto permitirá revelar a “verdade científica”.
Os médicos detectaram salmonelas em várias dezenas de bebés em França e pelo menos dois em Espanha entre finais de 2017 e princípios de 2018, depois de terem consumido um produto infantil fabricado na fábrica do grupo em Craon (oeste).
A salmonela é uma intoxicação alimentar que varia desde uma leve gastroenterite a infecções mais graves, especialmente em crianças pequenas, idosos ou doentes.
O processo de recolha em mais de 80 países, incluindo Espanha, Colômbia e Peru, foi caótico. Após várias semanas de crise, o grupo retirou todo o leite infantil produzido em Craon até meados de Janeiro de 2018.
A empresa liderada por Emmanuel Besnier alegou meses mais tarde que a contaminação se devia ao “trabalho realizado no primeiro trimestre de 2017” na fábrica, que já tinha experimentado um caso semelhante em 2005.
O Instituto Pasteur, uma referência francesa na investigação de infecções, concluiu então que a bactéria salmonela presente em Craon conseguiu persistir entre 2005 e 2017.
Segundo o relatório anual sobre a indústria global de lacticínios do grupo financeiro holandês Rabobank, o Lactalis foi o líder do sector em 2022, seguido da Nestlé da Suíça e da Danone da França.
Traduzido e adaptado pelo eDairyNews