ESPMEXENGBRAIND
7 dez 2025
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📌 Novo metanálise reforça que lácteos, especialmente fermentados, reduzem em até 16% o risco de câncer de mama e apoiam o tratamento nutricional.
📌 Lácteos aparecem como aliados da saúde mamária, com reduções de risco de 9% a 16% segundo estudo global com 1,9 milhão de mulheres.
📌 Lácteos aparecem como aliados da saúde mamária, com reduções de risco de 9% a 16% segundo estudo global com 1,9 milhão de mulheres.

Os lácteos voltam ao centro do debate sobre alimentação e saúde feminina após novos dados reforçarem seu papel na prevenção do câncer de mama.

Em um cenário em que a doença segue como a neoplasia mais frequente entre mulheres no mundo e a de maior mortalidade, evidências recentes mostram que incluir determinados derivados do leite na rotina pode oferecer benefícios importantes, tanto na fase de prevenção quanto no acompanhamento nutricional durante o tratamento.

A discussão ganhou novo fôlego com a publicação de um metanálise em Nutrition Research (2025), que avaliou 51 estudos internacionais envolvendo mais de 1,9 milhão de participantes e 62.602 casos confirmados de câncer de mama.

Os números chamaram atenção de pesquisadores e profissionais de saúde: o consumo total de lácteos esteve associado a uma redução média de 9% no risco de desenvolvimento da doença. Entre os produtos avaliados, o iogurte se destacou como protagonista, alcançando queda de até 16% no risco entre mulheres que o consumiam regularmente.

O estudo também detalhou efeitos específicos por grupo etário e tipo de produto. Mulheres premenopáusicas que consumiam leite desnatado apresentaram redução de 9% no risco, enquanto mulheres pós-menopáusicas que incluíam queijos semiextragrassos ou moderados em gordura também registraram benefício semelhante.

O conjunto dos dados reforça uma tendência identificada nos últimos anos: alimentos fermentados e lácteos com menor teor de gordura parecem exercer influência positiva sobre processos inflamatórios, equilíbrio hormonal e microbiota intestinal, fatores diretamente relacionados à evolução de tumores de mama.

Para Ricardo Merchán, candidato a doutor em Oncologia pela Universidade Nacional da Colômbia e membro do Centro Latino-Americano de Nutrição, os resultados ajudam a desfazer equívocos que persistem no imaginário coletivo.

Ele explica que, frequentemente, pacientes em tratamento acreditam que devem retirar completamente os lácteos da dieta – uma orientação que não encontra respaldo nas evidências atuais. “A ciência mostra que os lácteos, especialmente os fermentados e com menor teor de gordura, podem ser aliados tanto na prevenção quanto no suporte nutricional durante o câncer de mama”, afirma o pesquisador. Segundo ele, a orientação individualizada é fundamental, mas o corte total desses alimentos raramente é necessário.

O potencial efeito protetor dos lácteos é explicado, em parte, por seus componentes nutricionais. O cálcio e a vitamina D, presentes em diversos derivados, ajudam a regular processos hormonais e podem inibir a proliferação de células cancerígenas.

Já o ácido linoleico conjugado (CLA), encontrado em níveis variáveis no leite e nos queijos, é apontado como uma molécula com propriedades antitumorais. No caso dos iogurtes, entram em cena os probióticos, que modulam a microbiota e contribuem para uma resposta imunológica mais eficiente, além de favorecerem o controle da inflamação sistêmica — um fator relevante na progressão do câncer.

Patricia Savino, que lidera a direção científica do Grupo Alpina, reforça que manter um estado nutricional adequado é decisivo para a resposta ao tratamento oncológico. “Uma alimentação variada, completa e equilibrada, com presença de lácteos desnatados e fermentados, ajuda na manutenção da massa muscular, melhora a tolerância às terapias e contribui para uma recuperação mais estável”, destaca.

A recomendação prática, segundo especialistas, inclui priorizar iogurtes naturais e bebidas lácteas fermentadas, utilizar leite desnatado em preparações culinárias e buscar queijos semiextragrassos que contribuam com proteínas e cálcio sem excessos de gordura saturada. O ponto central, indicam os nutricionistas, é que a dieta seja ampla e ajustada às necessidades de cada paciente.

Diversas empresas têm ampliado o portfólio de produtos voltados a esse público. Entre eles estão iogurtes ricos em proteína e cálcio, bebidas lácteas sem açúcares adicionados, queijos moderados em gordura e suplementos à base de proteína do soro do leite formulados para demandas elevadas de tratamento oncológico. Profissionais reforçam, entretanto, que qualquer módulo proteico ou fórmula especializada deve ser consumido sob supervisão de nutricionista ou médico.

Os novos dados reforçam um movimento crescente: os lácteos não apenas podem permanecer na dieta durante o tratamento do câncer de mama, como podem oferecer benefícios reais quando consumidos de forma equilibrada e orientada. Em meio a mitos, tendências e informações contraditórias, cresce o consenso científico de que excluir alimentos sem critério não é o caminho — o foco está na personalização, no equilíbrio e na qualidade daquilo que chega ao prato das mulheres.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de MSN

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