ESPMEXENGBRAIND
9 dez 2025
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Uma das maiores coortes sobre saúde óssea em mulheres revela que o consumo regular de lácteos líquidos reduz o risco de fraturas totais e osteoporóticas 🥛
Estudo finlandês mostra que leite e iogurte reduzem fraturas totais e osteoporóticas, reforçando seu papel na saúde óssea. Lácteos líquidos
Estudo finlandês mostra que leite e iogurte reduzem fraturas totais e osteoporóticas, reforçando seu papel na saúde óssea 🦴

O consumo regular de lácteos líquidos voltou ao centro do debate científico após um estudo de grande escala indicar que esses produtos podem reduzir de maneira significativa o risco de fraturas em mulheres adultas.

A pesquisa, conduzida pela Fundação Iberoamericana de Nutrição (FINUT) e publicada no European Journal of Nutrition, acompanhou ao longo de 25 anos mais de 14 mil mulheres finlandesas, oferecendo uma das análises mais sólidas já realizadas sobre saúde óssea e dieta.

Segundo a FINUT, o objetivo principal foi esclarecer o impacto de diferentes tipos de lácteos sobre a incidência de fraturas, um problema crescente de saúde pública. Estimativas globais apontam que cerca de nove milhões de pessoas sofrem fraturas anualmente, muitas relacionadas à osteoporose. Com o avanço do envelhecimento populacional, a incidência dessas lesões aumentou mais de 33% nas últimas três décadas — um dado que preocupa especialistas e pressiona sistemas de saúde.

A coorte analisada incluiu 14.220 mulheres com idade média inicial de 52 anos. Ao longo do acompanhamento, as participantes responderam questionários detalhados sobre saúde geral, estilo de vida e frequência de consumo de diferentes lácteos. O total de observação superou 245 mil pessoas-ano, oferecendo um panorama robusto sobre padrões alimentares e risco de fraturas. Durante o período, 4.358 mulheres sofreram algum tipo de fratura. A mortalidade geral foi de 22,7%.

Os resultados chamaram atenção dos pesquisadores: mulheres que não consumiam lácteos líquidos — como leite, leite fermentado e iogurte — apresentaram maior risco de fraturas totais e osteoporóticas. Já aquelas que mantinham ingestão regular desses produtos mostraram redução significativa nesse risco. A FINUT destaca que essa diferença reforça a hipótese de um “efeito limiar” do cálcio, no qual mesmo quantidades moderadas já seriam suficientes para exercer impacto protetor sobre a estrutura óssea.

O estudo também explorou distinções entre diferentes categorias de lácteos. Enquanto os lácteos líquidos demonstraram associação clara com menor risco de fraturas totais e osteoporóticas, o queijo apresentou efeito específico: um consumo elevado foi associado à redução do risco de fratura de quadril, mas não das demais fraturas avaliadas. De acordo com os autores, essa diferença pode estar relacionada ao perfil nutricional do queijo, que concentra proteínas, sódio e compostos bioativos como probióticos, prebióticos e vitamina K. A diversidade de tipos e processos de maturação também dificulta comparações diretas entre estudos.

Outro ponto abordado pela pesquisa é a complexidade da fratura de quadril, cuja ocorrência — mais rara na amostra estudada — dificulta a identificação de relações estatísticas robustas com a ingestão de lácteos líquidos. Ainda assim, os autores destacam que os benefícios observados sobre fraturas vertebrais e outras fraturas osteoporóticas são consistentes e alinhados com o que se conhece sobre o papel do cálcio e das proteínas de alta biodisponibilidade na manutenção do tecido ósseo.

Para a FINUT, o principal recado do estudo é claro: mulheres que não consomem lácteos apresentam maior risco de fraturas ao longo da vida. Assim, incentivar o consumo de lácteos líquidos pode ser uma estratégia eficaz de saúde pública, especialmente em países onde a população idosa cresce rapidamente. Além do potencial impacto sobre a qualidade de vida, estudos econômicos sugerem que reduzir a incidência de fraturas pode aliviar custos substanciais sobre os sistemas de saúde.

Embora os dados tenham sido coletados em uma população finlandesa, com características dietéticas e climáticas próprias, os pesquisadores destacam que a robustez metodológica — incluindo longa duração e validação médica das fraturas — dá força às conclusões e amplia sua aplicabilidade a outros contextos.

A FINUT conclui que promover a ingestão moderada de lácteos líquidos deve ser considerado nas diretrizes nutricionais voltadas ao envelhecimento saudável, reforçando que o hábito pode oferecer proteção significativa contra fraturas debilitantes na vida adulta.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Infobae

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