A balança comercial brasileira de lácteos registrou déficit de US$413,35 milhões em 2018, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

A balança comercial brasileira de lácteos registrou déficit de US$413,35 milhões em 2018, segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC).

Esse número é 6,7% inferior a 2017 e 14,7% menor frente a 2016 (figura 1). A queda se deu em decorrência da importação menor em 2018.

Figura 1. Saldo da balança comercial brasileira de lácteos desde 2000, em milhões de dólares.

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Fonte: MDIC / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Importação

No acumulado do ano, a importação de lácteos caiu 9,9% em volume e 14,1% em gastos em relação a 2017.

No entanto, isso ocorreu por conta de um primeiro semestre fraco em termos de volume importado, considerando que na segunda metade do ano o país importou 27,8% mais em volume que igual período de 2017 e aumentou em 21,7% as despesas.

Os maiores fornecedores em valor, foram a Argentina e o Uruguai, com 55,2% e 29,2%, respectivamente. Ou seja, 84,5% do total adquirido veio dos nossos vizinhos.

O principal produto comprado foi o leite em pó. O Brasil adquiriu, 96,7 mil toneladas, dispendendo US$271,47 milhões.

Considerando o leite em pó, o preço médio do produto importado em 2018 foi de US$2.808,00 por tonelada, 12,6% menor na comparação com a média de 2017, cuja cotação fora de US$3.212,00/tonelada.

Para uma comparação, o quilo do produto no mercado doméstico em 2018 ficou cotado, em média, em R$14,96 ou US$4.093,69 por tonelada, considerando o câmbio médio no ano passado de R$3,65 por dólar.

Em resumo, o produto importado custou 31,4% menos que o nacional.

Destacamos também que os limites impostos através de cotas de importação de leite em pó argentino já não existem e este fato colaborou com o aumento nas compras do país.

Exportação

A exportação de produtos lácteos em 2018 caiu em volume e faturamento, 38,3% e 46,2%, respectivamente, na comparação com 2017.

O principal produto exportado foi o leite em pó, perfazendo 45,4% do total de lácteos embarcado.

Em 2018, o Chile foi o principal comprador do produto brasileiro, seguido de Trinidad e Tobago e Rússia.

Expectativas para 2019

Para o primeiro semestre, os preços futuros do leite em pó no mercado internacional estão entre US$2.682,00 a US$2.756,00/tonelada, segundo a plataforma Global Dairy Trade.

Tabela 1. Preços futuros do leite em pó integral nos leilões da Global Dairy Trade.

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*cotações do dia 2/1.

Fonte: Global Dairy Trade / Compilado pela Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Se os preços futuros se consolidarem, estes ficarão, em média, 14,8% menores que igual período de 2018, o que poderá favorecer a importação. Veja a figura 2.

Figura 2.

Preços médios do leite em pó integral, em US$ por tonelada.

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* projeção.

Fonte: Global Dairy Trade / Elaborado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Com relação ao câmbio, o dólar em patamar menor também é um fator de incentivo às importações. No último Boletim Focus do Banco Central, de 4 de janeiro, a estimativa é de que o valor médio do dólar seja de R$3,80 para 2019 e para 2020.

Em contrapartida, a produção nacional deverá crescer moderadamente em 2019. O ano começa com expectativas positivas do lado da demanda e custos com alimentação concentrada menores em relação a 2018.

Com isso, a projeção é de que a balança comercial de lácteos brasileira continue negativa em 2019.

Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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