A gravidez é uma fase na vida da mulher em que ocorrem uma série de adaptações fisiológicas que têm como objetivo enfrentar as múltiplas mudanças estruturais e metabólicas que acontecerão no corpo feminino ao longo dos nove meses de gestação.
Durante esse período, desenvolvem-se e aperfeiçoam-se todos os órgãos e funções com os quais o futuro bebê nascerá quando a gravidez chegar ao fim. Por isso, a alimentação da mãe durante essa etapa deve ser especialmente monitorada para assegurar um aporte adequado de macro e micronutrientes.
O cálcio é um mineral indispensável para o organismo, pois participa da formação e crescimento dos ossos em crianças¹, da manutenção da estrutura óssea e dentária dos adultos, bem como da especialização celular², funções especialmente relevantes durante a gravidez.
Dessa forma, dada a importância desse mineral nessa fase da vida, o metabolismo do cálcio sofre uma série de modificações que resultam no aumento tanto da sua absorção quanto da sua demanda³, especialmente na segunda metade da gestação.
Nesse sentido, o leite e os produtos lácteos constituem a principal fonte de cálcio da alimentação, fornecendo cerca de 60% do aporte total desse mineral⁵. Além disso, os leites integrais e semidesnatados fornecem 3% de proteínas, chegando a 3,1% no caso do leite desnatado⁶.
Também fornecem outros micronutrientes como o fósforo⁷, que ganha especial importância durante a gestação.
Por outro lado, no mercado é possível encontrar produtos lácteos enriquecidos ou fortificados com vitaminas e/ou minerais como o cálcio ou a vitamina D⁸. Esses produtos são uma opção a ser considerada quando as necessidades desses micronutrientes estão aumentadas.
Assim, um copo de 250 ml de leite enriquecido com cálcio permite atingir cerca de 50% do valor de referência para esse mineral e aproximadamente 40% da quantidade recomendada durante a gravidez⁴.
Ácido fólico e gravidez
O ácido fólico participa ativamente na formação do tubo neural durante o desenvolvimento fetal. Por essa razão, um aporte adequado dessa vitamina durante a gravidez é fundamental, pois sua deficiência representa um fator de risco no desenvolvimento de um tipo de malformação congênita denominada defeito do tubo neural (DTN)⁹.
Essa vitamina está presente de forma natural em um grupo limitado de alimentos, entre eles, os vegetais de folhas verdes e os produtos fortificados. Assim, o consumo de alimentos fortificados com ácido fólico, tanto antes como durante a gestação, constitui uma estratégia para complementar a ingestão dessa vitamina.
Nesse sentido, os leites fortificados com ácido fólico possuem um conteúdo de 75 µg dessa vitamina por cada copo de 250 ml de leite, o que permite alcançar 12,5% das necessidades diárias de ácido fólico para gestantes⁸.
O papel da vitamina D na gravidez
A vitamina D está intimamente relacionada com o metabolismo ósseo e a homeostase do cálcio. Assim, essa vitamina contribui para a absorção e utilização normal do cálcio e do fósforo, além de ajudar a manter níveis normais de cálcio no sangue².
Portanto, uma alimentação variada e equilibrada, com um fornecimento adequado de alimentos ricos em vitamina D, como os leites enriquecidos ou fortificados, ajuda a alcançar as necessidades diárias desse nutriente. Um copo de 250 ml de leite ajuda a fornecer 16% das necessidades diárias de vitamina D durante a gestação¹⁰.
Em resumo, o consumo diário de 2 a 4 porções de leite e derivados lácteos durante a gravidez contribui para atingir os requerimentos de alguns dos micronutrientes necessários nesta etapa e permite ampliar a diversidade da dieta graças à ampla variedade de opções disponíveis no mercado dentro deste grupo de alimentos.
Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷