A fazenda calma e silenciosa em Descalvado-SP, comprada em 1945, ganhou vida com um casal de paulistas. Mal sabiam, que anos à frente, essa seria a casa de uma das cinco maiores produtoras de leite do Brasil.
Dos quatro filhos desta união, dois são responsáveis pelo negócio. Entre eles, Roberto Jank Junior. O lacticultor e seus irmãos, quando crianças, sempre estiveram ligados ao campo e aos animais. Passavam o tempo brincando com os amigos e cuidando de cachorros, cavalos e vacas.
NA — Foto: Bring Filmes | Julien Pereira
Minha infância foi muito rural e meus pais sempre foram muito amorosos. É gratificante a gente ver a evolução do trabalho de onde a gente saiu, a fazenda tem 78 anos. Meu pai começou lá atrás, numa época muito mais difícil. Mas fomos nos adaptando às tecnologias e investindo nelas. Sempre tive muito foco na produção, por isso nunca me imaginei fora da fazenda.
Realizando seu sonho, Roberto seguiu os passos do pai, e estudou agronomia. Aplicado, ele também estudou a produção de leite em outros países. Uma vez formado, passou a participar de proposições para políticas públicas. Então, de maneira natural e tranquila, enquanto o irmão assumiu a parte administrativa e financeira da empresa, o pai passou o bastão da produção para Roberto. Assim, 38 de seus 59 anos foram dedicados ao campo.
Fazer o que gosta é um passo importante, quando as coisas dão certo, melhor ainda. Hoje estamos aqui, transformando a agricultura intensiva em leite, uma proteína nobre. Em nosso caso, o leite A2, de mais fácil digestão. Fomos os pioneiros no Brasil.
Morando na propriedade onde produz cerca de 70 mil litros de leite por dia, Roberto acorda às sete horas da manhã e só sai do escritório às oito da noite. Sem parar, a produção dura o ano todo. Num processo 100% rastreável, ele pensa nos detalhes e se apoia em diversas ferramentas de controle diário. Isso, principalmente para a nutrição das vacas.
Toda vez que a gente atrasa a alimentação, comprometemos a produção do dia. A vaca é um animal muito regrado e metódico, por isso é muito importante que tudo aconteça sempre nos mesmos horários. Então, se furar o pneu de um trator, quebrar um equipamento de mistura de alimentos ou uma pá carregadeira, tudo isso já compromete. Precisamos sempre pensar nos planos B ou C para todas as ocorrências.
Em sua caminhada, Roberto também se tornou vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite). Consciente da importância em contribuir com o meio ambiente, sua fazenda zela pelos recursos finitos. Para ele, manejar bem os bovinos, pensando na terra, no reúso da água e demais efluentes é imprescindível para estabelecer um sistema sustentável.
Quanto melhor for a nossa prática ambiental e melhor for o uso dos recursos naturais, mais faremos pelo equilíbrio e pela neutralidade do bovino com relação à pegada de carbono. Toda vez que utilizamos mal um recurso natural e trabalhamos de forma muito extensiva, com pouco ou nenhum reúso de água, teremos uma produção muito baixa e precisaremos de áreas mais distantes para produzir alimentos. O que ocasiona no desmatamento de mais árvores.
Segundo o produtor, a pegada de carbono do bovino aponta para gases de efeito estufa circulantes. Quer dizer, o animal os emite, mas as plantas que ele come já sequestram essa substância; e ao comê-las e gerar de novo esses gases, se estabelece um ciclo de equilíbrio. Com a indústria ao lado das vacas, a produção da fazenda de Roberto não provoca emissões com o transporte dos produtos. Assim, ele ressalta o valor em comunicar esses processos, feitos com dedicação.
Prezamos por um ambiente confortável, respeitando o espaço do gado. A limpeza de onde ele vai se deitar, a disponibilidade de comida no cocho por 24 horas, os bebedouros limpos. É a partir disso que melhoramos a condição de vida desse animal. O nosso objetivo aqui é criar um ciclo virtuoso. Enquanto eu produzo o alimento, o gado come. Eu recolho todos os efluentes e com a parcela líquida, faço a fertirrigação. Já com a parcela sólida, faço a compostagem, um fertilizante natural. É importante que o nosso consumidor saiba como nós trabalhamos. Por isso comunicamos nossa responsabilidade a partir dos certificados de terceira parte, atestando o que fazemos aqui. Temos seis selos em nosso produto.
NA — Foto: Bring Filmes | Julien Pereira
O leite A2, desenvolvido pelos irmãos e equipe, possui certificações de bem-estar animal, boas práticas socioambientais, logística reversa com relação a embalagem e etiqueta clean label, isto é, isento de aditivos alimentares. Além de nota 100 no food score de um aplicativo avaliado por nutricionistas. E para elaborar e analisar tudo isso com precisão, Roberto se cerca da tecnologia.
A partir da tecnologia, conseguimos replicar diversos embriões de uma vaca de alto índice reprodutivo. Antigamente isso não era possível. Hoje, pelas provas genômicas, sabemos o que o animal vai produzir. Então, conseguimos selecionar os melhores animais para fazer um leite de qualidade: com menos células somáticas, mais proteína e gordura.
Indo de robôs para a ordenha até backups e geradores para sustentar essa estrutura, Roberto equipou sua fazenda. O agrônomo faz isso constantemente para se atualizar e permanecer competitivo a nível nacional e com demais países.
Para Roberto, o perfil da pessoa que faz é daquele que sempre busca evoluir. Extraindo alta produtividade, e o mais importante, sem impacto ambiental.
A pessoa que faz tem foco naquilo que quer produzir e para isso escolhe variáveis importantes do negócio. A gente tem uma boa produtividade no rebanho, mas só isso não basta, precisamos ser bons agricultores, porque a grande ocupação das terras está na produção de alimentos para as vacas.
Competindo com mais de 40 países, em 2019 sua marca recebeu prêmio mundial de Melhor Iniciativa Agropecuária para projetos no campo. Com a renda desse reconhecimento, criou uma fundação de cunho social. Sua ação mais recente é voltada à educação de Descalvado-SP, junto a mais dez empresas da região. A fim de aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de seu município. Almejando o futuro, no lado pessoal, Roberto quer ver a próxima geração, a partir de suas filhas e sobrinhos, assumindo e zelando pelo negócio. Pensando no trabalho, deseja solidificar sua marca.
Eu sou produtor rural de alimentos e tenho muito orgulho e responsabilidade em fazer tudo isso. Gosto de pensar que sou um crítico construtivo, a fim de melhorar o ambiente de produção sempre.
Nome: Roberto Hugo Jank Junior
Idade: 59 anos
Cidade: Descalvado – SP
O que produz: Leite A2
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