ESPMEXENGBRAIND
26 dez 2025
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📊 Leite condensado ganha protagonismo em Goiás ao equilibrar mercado interno e ampliar presença internacional.
🌍 Com foco em valor agregado, leite condensado sustenta crescimento das exportações lácteas de Goiás.
🌍 Com foco em valor agregado, leite condensado sustenta crescimento das exportações lácteas de Goiás.

O leite condensado tem se consolidado como um dos principais vetores de crescimento da indústria láctea em Goiás, ao combinar valor agregado, estabilidade de demanda e maior competitividade no comércio exterior.

Em um ambiente marcado por oscilações de preços, custos elevados e ajustes constantes na cadeia produtiva, o produto tradicional da mesa brasileira ganhou papel estratégico para produtores, cooperativas e indústrias instaladas no estado.

Dados oficiais indicam que, entre janeiro e outubro de 2025, Goiás exportou 129,8 toneladas de leite condensado, com faturamento de US$ 302,4 mil. O resultado representa um avanço expressivo frente ao mesmo período do ano anterior, com crescimento de 134,8% em volume e 117,4% em valor. O desempenho reforça a capacidade da indústria goiana de transformar leite in natura em produtos com maior margem e melhor posicionamento internacional.

Segundo análises do setor, os Estados Unidos se consolidaram como o principal destino do leite condensado goiano, respondendo por mais de 86% do volume embarcado no período. Paraguai e Argentina também figuraram entre os mercados compradores, ampliando a presença regional e internacional do produto. Especialistas avaliam que a padronização industrial, aliada à escala produtiva e à logística, tem sido decisiva para a inserção externa.

A relevância cultural do leite condensado no consumo brasileiro, especialmente em datas comemorativas, contribui para uma demanda relativamente estável no mercado interno. Essa característica tem levado a indústria a apostar no produto como instrumento de equilíbrio financeiro, reduzindo a exposição às variações mais bruscas do mercado de leite cru. Para analistas, trata-se de uma estratégia clássica de mitigação de riscos em cadeias agroindustriais voláteis.

No mercado doméstico, entretanto, o comportamento dos preços ao longo de 2025 refletiu a instabilidade típica do setor lácteo. Relatórios do Boletim de Mercado do Setor Lácteo Goiano apontam oscilações tanto positivas quanto negativas nos derivados, influenciadas pela relação entre oferta, demanda e custos de produção. Em setembro, o leite condensado registrou queda de 4,40% no atacado, acompanhando a retração do índice ponderado dos derivados. Já em janeiro, havia apresentado leve alta de 0,02%.

Esse cenário exige planejamento contínuo por parte das indústrias e produtores. Para o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pedro Leonardo Rezende, o acompanhamento sistemático do mercado é uma ferramenta central para a competitividade. Na avaliação do gestor, o monitoramento constante da cadeia láctea permite decisões mais rápidas e ajustes estratégicos diante de oscilações de preços, clima e custos de insumos.

Apesar do avanço das exportações e do fortalecimento industrial, desafios estruturais seguem pressionando a cadeia produtiva. A volatilidade do preço do leite pago ao produtor, o aumento dos custos operacionais e a concorrência de produtos importados continuam impactando margens, especialmente para pequenos e médios produtores. Nesse contexto, a diversificação da produção aparece como caminho quase obrigatório.

Além do leite condensado, produtos como queijos, leite em pó e derivados especiais vêm sendo incorporados ao portfólio de muitas indústrias e cooperativas em Goiás. A estratégia busca reduzir a dependência de um único segmento e aumentar a resiliência econômica frente a choques de mercado. Para especialistas, a agregação de valor é hoje um dos principais diferenciais competitivos do setor lácteo regional.

O fortalecimento da indústria goiana também passa por investimentos em tecnologia, eficiência produtiva e modernização de processos. Lideranças do setor avaliam que esses aportes ampliam ganhos de escala, reduzem custos unitários e permitem atender mercados mais exigentes, tanto no Brasil quanto no exterior. Em um cenário de aumento da oferta global de derivados lácteos, competitividade industrial tornou-se condição básica de sobrevivência.

Ao transformar leite em produtos industrializados como o leite condensado, Goiás amplia sua relevância econômica, gera emprego e renda e consolida o setor lácteo como uma engrenagem estratégica do agronegócio estadual. Mesmo diante de um ambiente desafiador, os números das exportações indicam que a combinação entre valor agregado, monitoramento de mercado e estratégia industrial segue abrindo espaço para crescimento sustentável.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de O Hoje

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