Conforme o Cepea, as cotações devem continuar firmes em virtude da limitada disponibilidade de matéria-prima, especialmente no primeiro trimestre do ano, com volumes de leite abaixo da média registrada para o mesmo período de 2020.
“Esse cenário se deve ao clima desfavorável no ano passado (tempo seco e temperaturas elevadas, que prejudicaram as pastagens) e ao aumento contínuo nos custos de produção (os valores dos dois principais componentes da ração, o milho e o farelo de soja, atingiram patamares recordes)”, diz o Cepea. Do lado da demanda, a limitação na oferta deve manter elevada a competição entre laticínios na compra de leite para repor estoques.
Consumo de lácteos
Já o consumo de lácteos pode continuar desacelerando, com a redução da demanda agregada e a perda do poder de consumo do brasileiro – em virtude da pandemia, do fim do auxílio emergencial e da alta do desemprego. “Esse cenário, por sua vez, tende a pressionar as indústrias a diminuírem os patamares médios anuais de preços do leite pagos aos produtores”, estima o centro de estudos.
Contudo, pondera o Cepea, no encerramento de 2020, as cotações dos derivados lácteos ainda registraram médias elevadas em comparação com o mesmo período de 2019. Em dezembro de 2020, o preço médio do leite longa vida atingiu R$ 3,23/litro, 28% acima do registrado em dezembro de 2019, em termos reais.
Custos da produção de leite
Os custos de produção devem ser um grande gargalo ao pecuarista leiteiro. Isso porque os preços do milho e do farelo de soja devem se manter altos em 2021, sustentados pelas aquecidas demandas interna e externa por esses grãos.
“Diante disso, o poder de compra de pecuaristas frente a esses insumos de alimentação pode cair e dificultar possíveis incrementos na produção”, conclui o Cepea.