ESPMEXENGBRAIND
24 jul 2025
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Gelado artesanal à base de leite de ovelha quer conquistar Portugal e Espanha com sabor, inovação e potencial de franchising.
Ovelha. O ponto alto da visita foi a apresentação oficial dos gelados na Feira do Fundão, em parceria com a Gelataria Moien e utilizando leite da Quinta dos Cabanões, na Mata da Rainha.
O ponto alto da visita foi a apresentação oficial dos gelados na Feira do Fundão, em parceria com a Gelataria Moien e utilizando leite da Quinta dos Cabanões, na Mata da Rainha.

Leite de ovelha é a palavra-chave de uma nova aposta ousada da indústria láctea brasileira.

A empresa “O Mundo da Ovelha Béé”, com sede em Chapecó (SC), iniciou seu processo de internacionalização na região Centro de Portugal com um produto exclusivo: gelado artesanal feito 100% com leite de ovelha, um segmento ainda pouco explorado na Europa — mas com grandes oportunidades.

Durante a “Missão Santa Catarina 2025”, promovida pela Câmara de Comércio da Região das Beiras (CCRB), os empresários brasileiros apresentaram sua linha de gelados na Feira de Inovação Agrícola do Fundão, estabelecendo conexões com produtores locais, prefeitos, e potenciais parceiros comerciais.

Segundo Érico Tormem, fundador da marca, o objetivo é instalar unidades franqueadas na Europa, com foco inicial em Portugal e Espanha. “Nosso gelado é de altíssima qualidade e feito com leite de um animal que desperta muita estima: a ovelha”, afirma.

A equipe trouxe inclusive técnicos especializados para demonstrar a produção ao vivo durante o evento.

O diretor de expansão, Thiago Canal, reforça que a Béé é a única gelataria do mundo dedicada exclusivamente ao leite de ovelha — um diferencial que vai além do marketing.

O leite A2 utilizado é rico em proteínas de alto valor biológico, tem baixo potencial alergênico e é recomendado para consumidores com sensibilidade à lactose bovina. “Enquanto muitos produtores escolhem fazer queijo, nós apostamos na inovação com o gelado”, comenta Canal.

A engenheira de alimentos Josiane Kilian, responsável pela produção, destaca que o gelado é feito com leite fresco direto da fazenda, sem adição de gordura externa. “É um gelado naturalmente cremoso, com textura densa, sabor marcante e excelente tempo de retenção na boca.

É sensacional”, diz. Durante a missão, Josiane produziu os gelados em parceria com a gelataria portuguesa Moien, incluindo sabores como baunilha, pistache, chocolate e uma ousada criação de gelado de azeite de oliva com leite de ovelha, especialmente pensada para harmonizar com o paladar português.

A resposta das autoridades locais não poderia ser mais positiva. Paulo Fernandes, presidente da Câmara Municipal do Fundão, viu na iniciativa uma oportunidade para aumentar a cadeia de valor do leite de ovelha, setor já relevante na região por conta da produção de queijo.

“Estamos diante de uma nova aplicação que agrega valor e ajuda a tornar a pastorícia mais sustentável”, declarou.

Ana Correia, presidente da CCRB, sinalizou ainda que a empresa não descarta a possibilidade de instalar uma fábrica de leite em pó em Portugal. “Eles já têm uma máquina de grande porte em construção no Brasil, pronta para exportação nos próximos meses”, revelou.

A missão empresarial também passou por cidades como Belmonte, Celorico da Beira, Idanha-a-Nova e Castelo Branco, onde foram discutidos modelos de franchising, sinergias com produtores de leite de ovelha e articulações com centros de inovação agroalimentar.

O ponto alto da visita foi a apresentação oficial dos gelados na Feira do Fundão, em parceria com a Gelataria Moien e utilizando leite da Quinta dos Cabanões, na Mata da Rainha. A iniciativa foi recebida com entusiasmo, tanto por consumidores como por autoridades.

A missão “Santa Catarina 2025” demonstrou que há espaço e apetite para a inovação na indústria láctea europeia, especialmente quando se alinha tradição, qualidade nutricional e criatividade. As Beiras, com sua vocação pastoril e espírito empreendedor, podem ser o ponto de partida de uma nova fase global para a marca brasileira.

Para a CCRB, promover as Beiras é mais do que atrair investimentos: é construir pontes reais entre o agro brasileiro e europeu, valorizando produtos, territórios e o futuro do leite — mesmo quando vem da ovelha.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Jornal Mundo Lusíada

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