A produção de leite em São Paulo vive um momento histórico.
Em 2025, o ranking Top 100 MilkPoint/ABRALEITE colocou três fazendas paulistas entre as dez maiores do Brasil, com destaque para a Fazenda Colorado, em Araras, que liderou o levantamento nacional ao registrar 36,2 milhões de litros produzidos no último ano — uma média diária de 98 mil litros.
Os dados foram divulgados oficialmente pela MilkPoint Ventures em parceria com a ABRALEITE, durante cerimônia realizada em Goiânia, em agosto.
A liderança da Colorado não é novidade, mas o salto de produtividade chama atenção: mais de 60% de crescimento em relação ao volume que garantiu a primeira posição anteriormente.
Esse desempenho reforça a transformação pela qual o setor leiteiro paulista vem passando, tradicionalmente menos expressivo que estados como Minas Gerais e Paraná.
Três gigantes paulistas entre os dez maiores
Além da Fazenda Colorado, outras duas propriedades de São Paulo figuram entre as dez maiores produtoras de leite do país em 2025: a Fazenda São José, localizada em Tapiratiba, na região de Campinas, que produziu 33,9 milhões de litros (3ª posição), e a Fazenda Santa Rita, em Descalvado, na região central do Estado, com 23,1 milhões de litros (6ª posição).
Esse desempenho coletivo posiciona São Paulo como um novo polo de referência para a pecuária leiteira nacional.
Tecnologia, automação e bem-estar animal
O avanço das fazendas paulistas não se deve apenas ao tamanho do rebanho, mas à incorporação de tecnologias de ponta e à gestão de precisão.
Entre as estratégias destacadas pelo levantamento estão a ordenha robotizada, o monitoramento nutricional individualizado do gado e investimentos contínuos em bem-estar animal.
Essas práticas resultam em produtividade mais elevada, redução de custos operacionais e leite de melhor qualidade para o mercado interno e para as exportações.
Impacto econômico e geração de empregos
A força da produção de leite em São Paulo vai além dos números. As propriedades listadas no Top 100 movimentam as economias locais, gerando centenas de empregos diretos e indiretos e estimulando cadeias produtivas ligadas à pecuária leiteira, como fornecedores de insumos, equipamentos e serviços veterinários.
Em regiões tradicionalmente voltadas à cana-de-açúcar e à laranja, o leite surge como um novo vetor de desenvolvimento.
Diversificação produtiva e novas oportunidades
A ascensão do interior paulista no ranking nacional reflete uma diversificação da matriz agroindustrial do Estado. Municípios como Araras, Tapiratiba e Descalvado passam a ocupar posição de destaque em um setor que movimenta bilhões de reais e abre portas para parcerias em pesquisa, inovação e exportações.
De acordo com informações do Governo de São Paulo, o avanço também reforça a competitividade regional, atraindo investimentos privados e fomentando políticas de incentivo à modernização do campo.
O futuro do leite brasileiro
Se o Brasil já é considerado uma potência agrícola global, o desempenho de estados como São Paulo indica que o país tem potencial para se consolidar também como referência internacional na produção de leite.
A tendência é que a tecnificação das fazendas, aliada à profissionalização da gestão, permita aumentar tanto o volume quanto a qualidade do produto, ampliando a competitividade no mercado interno e externo.
No entanto, especialistas alertam que desafios permanecem, incluindo a necessidade de políticas públicas para reduzir custos logísticos, melhorar a infraestrutura de transporte e garantir condições de mercado favoráveis aos produtores.
Reconhecimento e legitimidade
O levantamento divulgado em agosto marca a primeira edição do Top 100 realizada em parceria entre a MilkPoint Ventures e a ABRALEITE, o que conferiu ainda mais legitimidade aos resultados.
Essa colaboração reforça o papel das entidades representativas na valorização da cadeia leiteira e na divulgação de práticas que podem servir de modelo para outras regiões do país.
Um marco para Araras e para o Brasil
Para a cidade de Araras, a liderança da Fazenda Colorado representa não apenas um recorde de produção, mas também um símbolo de inovação e sustentabilidade no campo.
Já para o Brasil, é um passo a mais rumo a um setor lácteo mais estruturado, competitivo e capaz de atender às demandas de um mercado em constante transformação.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Andravirtual