ESPMEXENGBRAIND
11 dez 2025
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A energia solar abastecerá a produção de Klim, El Rodeo e Svelty, reforçando a transição renovável da Nestlé na Colômbia ⚡
Minigranja solar em Valledupar permitirá fabricar leite em pó com fonte limpa e reduzir emissões de CO₂. 🌞
Minigranja solar em Valledupar permitirá fabricar leite em pó com fonte limpa e reduzir emissões de CO₂ 🌞

A expansão da energia solar na indústria de alimentos ganhou novo impulso na Colômbia, onde a Nestlé DPA inaugurou, em parceria com a startup Unergy, uma minigranja solar projetada para abastecer o consumo diurno da unidade de Valledupar.

Segundo fontes corporativas ouvidas pela reportagem, o investimento — superior a 6 bilhões de pesos colombianos — atende ao avanço das demandas de confiabilidade elétrica, controle de custos e metas ambientais que vêm marcando o ambiente de negócios do país em 2025.

A unidade maquiladora, responsável pela produção de marcas emblemáticas como Klim, El Rodeo e Svelty, passará a operar parte relevante de sua linha de leite em pó com energia proveniente da nova instalação solar. Executivos da companhia afirmam que a decisão acompanha a preferência crescente de consumidores por produtos fabricados com processos mais limpos, além de contribuir para reduzir a exposição da empresa à volatilidade do sistema elétrico nacional.

A minigranja, instalada em Valledupar, foi equipada com uma tecnologia de rastreamento capaz de orientar os painéis segundo o movimento diário do sol. Especialistas da Unergy explicam que esse mecanismo — comparado ao comportamento dos girassóis — permite elevar em 12% a eficiência da geração. A capacidade projetada chega a 3.500 MWh anuais, volume suficiente para suprir o equivalente a mais de 2.600 residências colombianas ou carregar cerca de 1.500 veículos elétricos durante um ano inteiro.

A direção técnica do projeto destaca que o uso dessa energia renovável evitará a emissão aproximada de 2.450 toneladas de CO₂ a cada ano. Do ponto de vista operacional, isso permitirá à fábrica substituir integralmente seu consumo diurno por uma fonte limpa, fortalecendo os compromissos ambientais assumidos pela matriz e pela operação colombiana no âmbito de suas metas de descarbonização.

A iniciativa coincide com um contexto energético desafiador na Colômbia. Fontes do setor relatam que, ao longo de 2025, aumentaram os episódios de picos tarifários, acompanhados de riscos associados à escassez hídrica, além de avanços regulatórios que favorecem as chamadas Fuentes No Convencionales de Energía Renovable. Segundo dados recentes do Ministério de Minas e Energia, essas fontes já respondem por 13,87% da geração elétrica nacional, uma das participações mais altas registradas nos últimos anos.

O estado do Cesar — onde a minigranja foi instalada — consolidou-se como um dos polos mais relevantes dessa transição. Informações de 2024 apontam que o departamento alcançou 298 MW de capacidade renovável instalada, ficando atrás apenas de Atlántico (520 MW) e Córdoba (193 MW). Juntos, esses três territórios entregaram 54% da nova capacidade de geração renovável que passou a integrar a matriz colombiana naquele período, reforçando a vocação do Caribe como hub de energia solar.

Para Unergy, responsável pelo desenvolvimento da infraestrutura, o avanço das minigranjas não representa apenas uma alternativa ambientalmente responsável, mas uma estratégia de competitividade empresarial. Em declarações fornecidas à imprensa, o cofundador e CEO da companhia, Eduardo Ospina, afirmou que a Colômbia possui um dos maiores potenciais solares da América Latina e que a geração distribuída deixou de ser um complemento energético para se tornar um instrumento de gestão de risco.

Segundo a empresa, esses sistemas trazem benefícios diretos como a redução da probabilidade de interrupções, queda expressiva nos custos energéticos ao longo do tempo e acesso a incentivos fiscais previstos na legislação vigente, além de fortalecer a aderência das companhias a critérios ESG. Outro ponto destacado pelos representantes é a maior independência frente às oscilações do mercado elétrico, garantindo previsibilidade operacional e segurança no planejamento industrial.

Com a entrada em operação da minigranja solar, Valledupar reforça seu papel no mapa renovável colombiano e insere a cadeia láctea na lógica da transição energética. Para Nestlé DPA, o projeto consolida uma etapa estratégica na modernização da fábrica e amplia sua competitividade em meio às mudanças que vêm redefinindo o setor produtivo do país.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de El Tiempo

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