ESPMEXENGBRAIND
16 out 2025
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Panorama global mostra contrastes: produção cai na Oceania, cresce na América do Sul e Europa enfrenta nova ameaça sanitária.
📉 Dados do USDA revelam queda de 3% na produção de leite na Oceania, enquanto América do Sul cresce e Europa enfrenta desafios sanitários.
📉 Dados do USDA revelam queda de 3% na produção de leite na Oceania, enquanto América do Sul cresce e Europa enfrenta desafios sanitários.

A produção de leite apresentou comportamentos contrastantes entre regiões do mundo, segundo a mais recente análise divulgada pela Federação Nacional de Produtores de Leite do Chile (Fedeleche), com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), referentes ao período entre 26 de setembro e 10 de outubro de 2025.

Os números revelam que a Oceania vive uma retração significativa na produção de leite, enquanto a América do Sul mantém tendência de crescimento e a Europa enfrenta novos desafios sanitários e regulatórios.

🌏 Oceania: queda generalizada na produção de leite

De acordo com a Fedeleche, a produção total de leite da Austrália em agosto de 2025 caiu 3,0% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O estado de Victoria, principal região produtora do país, apresentou queda de 3,6% na comparação anual.

Outros estados também registraram retração: Nova Gales do Sul (-0,1%), Austrália do Sul (-8,2%) e Austrália Ocidental (-6,8%). Apenas Queensland (+3,5%) e Tasmânia (+1,1%) mostraram expansão no volume entregue pelos produtores.

Com isso, o total acumulado da temporada 2025/2026 mostra uma queda de 3,4% frente ao mesmo período da temporada anterior.

A redução ocorre em um cenário de custos elevados e condições climáticas desafiadoras, fatores que têm pressionado os produtores locais. A Austrália enfrenta ainda a concorrência crescente de países vizinhos como a Nova Zelândia, que historicamente domina as exportações de lácteos na região.

🇪🇺 Europa: nova cepa de vírus e restrições ambientais

O continente europeu enfrenta um desafio duplo. De um lado, o ressurgimento do vírus da língua azul (BTV), detectado no Reino Unido no início de outubro de 2025, despertou preocupação entre autoridades e produtores. O surto já atingiu rebanhos de ovelhas e vacas leiteiras, e marca o retorno de uma cepa inédita desde 2008.

A situação levou as autoridades sanitárias a reforçar medidas de vigilância e controle de movimentação animal, o que pode impactar a logística e o fluxo de leite cru entre regiões produtoras.

Paralelamente, a Irlanda adotou em setembro novas regras ambientais, impostas pelo Departamento de Agricultura, Alimentação e Marinha. A regulamentação obriga os agricultores a analisar o solo de suas propriedades a cada quatro anos, a fim de comprovar o cumprimento dos limites de níveis de fósforo.

Caso os resultados ultrapassem os parâmetros definidos, o uso de fertilizantes fosfatados será restringido, o que poderá afetar diretamente a disponibilidade de pastagens e a produtividade leiteira.

Essas medidas refletem a pressão crescente sobre o setor europeu, que precisa equilibrar sustentabilidade ambiental, biossegurança e rentabilidade econômica.

🌎 América do Sul: avanço da produção e otimismo cauteloso

Na América do Sul, o cenário é de expansão da produção de leite à medida que a região se aproxima dos picos sazonais de primavera. Segundo o levantamento da Fedeleche, os volumes estão superiores aos de 2024, impulsionados por condições climáticas favoráveis e custos de alimentação mais estáveis.

As colheitas abundantes de grãos têm contribuído para reduzir o custo dos insumos, permitindo que os produtores mantenham margens mais equilibradas. Ainda assim, o sentimento geral do mercado é de cautela, já que os preços internacionais dos lácteos mostram tendência baixista.

Fontes do setor indicam que a maior oferta global e a pressão de estoques podem limitar o potencial de valorização dos preços nas próximas semanas. Mesmo assim, países como Brasil, Argentina e Chile seguem aproveitando o bom momento climático e o suporte de políticas regionais para sustentar a produção.

📈 Um mercado global em transição

O relatório da Fedeleche, baseado em dados do USDA, destaca que o mercado internacional de lácteos segue em fase de ajuste, com diferentes realidades regionais:

  • A Oceania luta contra a queda de produtividade;
  • A Europa enfrenta crises sanitárias e exigências ambientais;
  • E a América do Sul mostra vitalidade, mas sob risco de preços mais baixos.

Esses contrastes refletem um momento de transição global para a indústria do leite, em que as condições climáticas, as regulações e o comércio internacional seguem redefinindo o equilíbrio entre oferta e demanda.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de Fedeleche

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