ESPMEXENGBRAIND
2 ago 2025
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Leite integral é bem procurado no Brasil, mas será que o leite integral traz benefícios reais? Nutricionistas explicam prós, contras e recomendações.
O leite integral tem retornado à cena global e brasileira como uma alternativa “limpa” e nutritiva,
O leite integral tem retornado à cena global e brasileira como uma alternativa “limpa” e nutritiva.

Leite integral voltou ao centro das discussões nutricionais e ganhou visibilidade com influenciadores e tendências de alimentação “clean”.

Mas será que o leite integral é realmente adequado para todas as pessoas? Nutricionistas consultados explicam os benefícios, riscos e quem deve ter cautela.

Nos Estados Unidos, atores como Robert F. Kennedy Jr. têm promovido iniciativas como “Make America Wholesome Once More”, reforçando a imagem do leite integral como “mais puro” — reação comum à crescente “quimiofobia” que rejeita aditivos em outros produtos, incluindo leites vegetais com conservantes e espessantes.

No Brasil, a busca por alimentos menos processados também influencia esse movimento.

Benefícios do leite integral

O leite integral oferece proteína de alta qualidade, cálcio, potássio, vitaminas A, D e B12, além de gordura e carboidratos naturais fundamentais para energia e absorção de nutrientes lipossolúveis.

Estudos recentes indicam que o consumo regular de laticínios integrais, incluindo leite e iogurte, não está associado ao aumento do risco de doenças cardiovasculares nem obesidade e, em alguns casos, pode reduzir o risco de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica.

O estudo PURE, publicado em 2023, foi enfático: produtos lácteos integrais devem ser considerados em diretrizes nutricionais, pois não mostram riscos à saúde cardíaca.

Uma pesquisa de dez anos ainda revelou que pessoas com alto consumo (mais de duas porções diárias) apresentaram menor mortalidade cardiovascular do que não consumidores, inclusive entre consumidores de leite integral.

Um estudo iraniano longitudinal de nove anos envolvendo pré-diabéticos demonstrou que consumo de 200 g/dia de laticínios integrais, especialmente iogurte integral, favoreceu a regressão de pré‑diabetes a glicemia normal.

No Brasil, estudos também sugerem associação inversa entre laticínios integrais e síndrome metabólica.

Vantagens sensoriais e práticas

Além dos nutrientes, muitos consumidores preferem o sabor mais cremoso e rico do leite integral — uma vantagem perceptível em relação aos leites vegetais ou desnatados, que podem conter adoçantes, emulsificantes e aditivos para compensar a textura e palatabilidade reduzidas.

Precauções e grupos que devem ter cuidado

Gordura saturada e calorias: apesar de estudos recentes minimizarem os riscos à saúde cardíaca, o leite integral contém mais gordura e calorias por copo. Adultos que monitoram gordura saturada ou ingestão calórica devem consumir com moderação e sob orientação nutricional.
Intolerância à lactose: estima-se que cerca de 40% da população brasileira tem algum grau de intolerância à lactose, com sintomas como gases, cólicas e diarreia após consumo de leite integral ou derivados.
Alergia à proteína do leite de vaca: para indivíduos com alergia à proteína, o leite integral não é uma opção segura — mesmo versões sem lactose contêm caseína e soro de leite. Nesses casos, o ideal é optar por alternativas vegetais e enriquecer a dieta com outras fontes de cálcio e proteína (ovo, peixes, feijões etc.).
Crianças antes dos 12 meses: a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que o leite de vaca — integral ou não — não deve ser introduzido antes de 1 ano de idade sem orientação médica, pois pode causar sobrecarga renal, baixo ferro e risco maior de obesidade infantil em longo prazo.
Excesso não garante benefício: embora o cálcio seja essencial, estudos sugerem que há um limite além do qual não há benefícios adicionais e até possível aumento do risco de fraturas em contextos específicos .

Quem pode se beneficiar mais — e quem deve evitar

Pode se beneficiar: adultos saudáveis sem intolerância, crianças a partir de 2 anos que já consomem laticínios, indivíduos com risco de osteopenia/osteoporose ou pré-diabéticos, conforme estudos epidemiológicos indique sinversão de risco.
Deve evitar ou consultar: quem tem intolerância à lactose — pode optar por leites sem lactose industrializados; pessoas com alergia à proteína do leite; crianças pequenas — seguem recomendações da SBP de usar fórmulas infantis ou amamentação exclusiva até 6 meses; quem tem alto risco cardiovascular individualizado ou restrição alimentar específica — consultar um nutricionista antes de incluir leite integral como hábito.

Aspectos ambientais e adicionais

A produção intensiva de leite gera impacto ambiental significativo: emissão de gases de efeito estufa, degradação do solo e uso de antibióticos. Esse contexto reforça a importância de moderação e escolha por produções mais sustentáveis ou preferir derivados locais e bem regulados.

Resumo final

O leite integral tem retornado à cena global e brasileira como uma alternativa “limpa” e nutritiva, com base em evidências que apontam benefícios para ossos, músculo, saúde metabólica e controle glicêmico.

Contudo, não é uma escolha universal: intolerantes, alérgicos ou famílias com crianças devem contar com orientação profissional.

Se considerar incluí-lo na dieta, converse com nutricionista para definir a quantidade ideal, avaliar objetivos, restrições e garantir que ele se encaixa em uma alimentação equilibrada.

Afinal, como dizem os especialistas, o leite integral pode ser parte de uma matriz saudável — mas não é mágica nem adequada a todos.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Manolada da Força

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