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31 jul 2025
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 Eficiência e controle de custos garantem lucro na pecuária leiteira, independentemente do volume produzido.
Leite. Enquanto o Brasil ajusta sua estrutura produtiva, a Nova Zelândia se prepara para uma temporada 2025/26 promissora.
Enquanto o Brasil ajusta sua estrutura produtiva, a Nova Zelândia se prepara para uma temporada 2025/26 promissora.

A palavra-chave leite no Brasil abre a discussão de um estudo que desmonta um mito persistente no setor: não é o tamanho da produção que define o lucro, e sim a gestão.

A consultoria Labor Rural, com base em dados de 2023 em Minas Gerais, mostrou que eficiência técnica e controle de custos pesam mais que escala.

De acordo com o Anuário do Leite 2025, da Embrapa Gado de Leite, o setor vive um cenário de concentração em médias e grandes propriedades, com menos produtores e maior produtividade por vaca.

Ainda assim, os números provam que pequenos produtores bem geridos podem ser tão ou mais rentáveis que os grandes.

Pequenos produtores, grandes resultados

No grupo com menos de 500 litros diários, os 25% mais eficientes alcançaram remuneração do capital de 7,16% ao ano, saltando para 16,59% sem o valor da terra.

A margem líquida mensal média chegou a R$ 6.267, sustentada por custos de produção 25,4% menores e um preço de venda apenas 2,8% superior ao dos colegas menos eficientes. Já os menos rentáveis tiveram prejuízo de R$ 4.609 mensais.

Escala não garante sucesso

Mesmo entre produtores com mais de 4.000 litros/dia, a lógica se repetiu: custos controlados garantiram rentabilidade. Os mais eficientes cortaram 22,3% das despesas e obtiveram retorno de 19,9% ao ano (30,82% sem considerar a terra), enquanto os menos produtivos mal superaram 1% de retorno.

Eficiência: o divisor de águas

Produtividade animal, uso racional da terra, estrutura de rebanho e eficiência da mão de obra são fatores que diferenciam os vencedores. O preço do leite ou o volume vendido, isoladamente, não asseguram lucro.

O relatório da Embrapa confirma que a profissionalização do setor avança: fazendas que investem em gestão, tecnologia e controle de custos colhem resultados sólidos, independentemente do porte.

Contexto global: oportunidades e desafios

Enquanto o Brasil ajusta sua estrutura produtiva, a Nova Zelândia se prepara para uma temporada 2025/26 promissora.

A produção de sólidos do leite em junho cresceu, elevando preços globais e sinalizando forte demanda.

O preço de abertura da Fonterra (NZ$ 10,00/kgMS) mantém a competitividade neozelandesa, mesmo diante de desafios logísticos e tarifários.

Com clima favorável, alta retenção de vacas e custos controlados, o país se beneficia da escassez de leite em outras regiões, onde secas, doenças e barreiras comerciais limitam a oferta.

Esse cenário pressiona o mercado internacional e reforça a necessidade de eficiência interna para produtores brasileiros competirem.

Conclusão

O estudo da Labor Rural deixa claro: no leite, a chave do lucro está na porteira para dentro. Escala ajuda, mas gestão, tecnologia e custos controlados são os verdadeiros motores da rentabilidade no campo brasileiro.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Sindilat

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