Conforme os números do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) de Francisco Beltrão, foram produzidos 41 milhões de litros de leite no ano de 2023 no município de Marmeleiro.
Em média, foram 17,8 litros por vaca/dia, com um número estimado de 7.540 vacas ordenhadas em todo o município. As informações são do engenheiro agrônomo Ricardo Kaspreski, do Deral.
O gerente do Departamento de Agricultura de Marmeleiro, Luiz Carniel, diz que a produção de leite está presente na maioria das propriedades e que essa produção é a responsável por pagar as contas dos pequenos agricultores.
“É praticamente o leite que paga as contas, da pequena propriedade principalmente, que mantém a atividade. Precisamos garantir que nosso produtor dê continuidade à produção de leite. Se um sair da atividade, com certeza entra outro e assim vai. A produção de alimento continua, porque nosso consumidor precisa ser atendido nas suas necessidades e o leite é um produto ainda básico, que está na mesa de todos os brasileiros todos os dias.”
Programas
Dentre os principais programas oferecidos aos pequenos agricultores em todo o município, está o de fornecimento de calcário subsidiado. “São distribuídas até 10 toneladas de calcário por produtor que tenha até 20 hectares de área, de acordo com o que diz a lei.” No programa Porteira Adentro, que é feito por editais, tem que haver a nominata dos interessados em contar com os benefícios. “Para este programa o produtor precisa recolher um valor, que é subsidiado e bem inferior ao valor de mercado. Após isso é executado o serviço, sempre respeitando o cronograma.”
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Há ainda o Programa de Melhoramento Genético (PMG) destinado à bovinocultura de leite. Carniel lembra como foi no início. “O PMG foi iniciado na primeira gestão em que foi formado o Departamento de Agricultura, entre os anos de 1993 e 1996. Foram treinados 20 produtores e na época foram investidos R$ 50 mil na compra de equipamentos, como botijões e todos os acessórios. É uma história que começa com a produtividade de quatro litros por vaca/dia em média.” Em 2023, o número fechou com média de 17,8 litros por vaca/dia (Deral).
Esforço conjunto
Carniel reforça que isso somente foi possível porque houve um esforço conjunto entre o poder público e os produtores e que a maioria dos agricultores recebe o sêmen para inseminação artificial sem qualquer custo. “Hoje (16/10), estamos cumprindo mais uma etapa do programa, com o nitrogênio líquido para todos os botijões, de forma gratuita. São mais de mil litros de nitrogênio oferecidos para os nossos agricultores.”
Carniel destaca que o sêmen também já foi licitado para esse período. “São 9.800 doses das raças Holandesa, Jersey, Angus e Giro Leiteiro. Alguns lotes são 50% subsidiados, mas de modo geral todos recebem gratuitamente. Vejo que o programa teve seu alcance econômico e social no nosso município e atingiu seus objetivos.”
Apesar disso, Carniel lamenta que muitos ainda não aderiram ao programa e estão perdendo a oportunidade de melhorar a produção e, consequentemente, aumentar a produtividade leiteira nas suas propriedades.
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Adequações
Justamente por toda evolução registrada nos últimos anos, Carniel afirma que serão necessárias algumas adequações para que os programas oferecidos estejam de acordo com o que a legislação exige. “Estamos encerrando um ciclo e deixando organizados todos os programas, para que tenham continuidade.
Os programas Porteira Adentro, PMG e o do calcário precisam ter pontos adequados em função da evolução.” Ele diz que a participação dos produtores com sua contrapartida também é importante para que os programas possam funcionar com 100% de efetividade. “Eles precisam começar a dar alguma contrapartida para que o município possa oferecer outros serviços que são importantes também para nossos agricultores.”
Abrange o município
O programa PMG conta hoje com 106 botijões, que são particulares porque os produtores adquiriram. Eles recebem nitrogênio e sêmen para atender praticamente todo o município. “Às vezes eles atendem às propriedades vizinhas também. Temos alcance de no mínimo 80% no município, direta ou indiretamente do pessoal que tem os botijões. Esse alcance é importantíssimo porque a produção de leite é o sustentáculo das nossas propriedades rurais.”
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Persistência
Um dos gargalos na produção de leite é a falta de mão de obra qualificada para o trabalho. Por isso, segundo Carniel, os produtores estão investindo na automatização das propriedades.
Muitos com o sistema free stall (com camas individualizadas, corredores de acesso e pistas de trato), outros com o compost barn (composto por uma grande cama de compostagem, onde os animais ficam alojados, e um beiral de concreto que separa a cama do corredor de alimentação).
“São estruturas que dispensam mão de obra, até porque não tem. É a evolução tecnológica que está aí. Desejamos que as famílias dos nossos produtores sejam persistentes e estimulem seus jovens a permanecerem na atividade, que remunera tão bem quanto qualquer emprego na cidade.”