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2 set 2025
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🌿 Leite sem vacas promete menos emissões, mas será que a tecnologia cumpre o que promete?
🌱 Reduzir gases e poluição é a meta, mas o leite sem vacas entregará isso de fato?
🌱 Reduzir gases e poluição é a meta, mas o leite sem vacas entregará isso de fato?

O leite sem vacas vem ganhando destaque no Brasil como uma alternativa promissora para reduzir os impactos ambientais da pecuária leiteira.

Segundo informações divulgadas pelo Observatório do Terceiro Setor (OTS), o tema foi debatido em julho durante o programa Brasil ODS, que reuniu especialistas para discutir a viabilidade dessa tecnologia e suas possíveis consequências para a alimentação e a cultura de consumo.

O Brasil é atualmente um dos maiores produtores de leite do mundo, mas o setor é associado a elevados níveis de emissão de gases de efeito estufa, desmatamento, contaminação do solo e da água, além do uso intensivo de recursos naturais.

Nesse contexto, a proposta do leite sem vacas, desenvolvido pela empresa Future Cow, representa um avanço no caminho para uma produção mais sustentável.

Segundo Leonardo Vieira, fundador da Future Cow, a tecnologia permite criar um produto molecularmente idêntico ao leite tradicional, porém sem origem animal.

“Como qualquer tecnologia, no início o custo unitário ainda é caro. Mas, à medida que vai escalando, o custo unitário vai diminuindo. Nossa estimativa é que, em escala industrial, conseguiremos produzir proteínas do leite mais barato do que a própria vaca”, afirmou Vieira no programa.

Um desafio de custo e aceitação cultural

Apesar do potencial ambiental e econômico, o leite sem vacas ainda enfrenta barreiras significativas para sua popularização.

O preço inicial é elevado, e a aceitação do consumidor é um ponto crítico. Mauro Fisberg, médico pediatra, nutrólogo e professor associado da Escola Paulista de Medicina – UNIFESP, destacou que o leite possui um peso cultural importante, especialmente na alimentação infantil.

“Do ponto de vista cultural, existe uma tendência da utilização do leite, especialmente para criança, considerado um produto importante, principalmente porque carrega vários nutrientes. Talvez exista algum tipo de reação. Mas acho que tem uma questão também de custo, de viabilidade do produto para toda a população”, explicou o especialista.

A substituição do leite tradicional por alternativas produzidas por biotecnologia poderá levar tempo para ganhar a confiança do consumidor, mesmo que seja nutricionalmente equivalente e ambientalmente mais viável.

Conexão com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

O debate sobre o leite sem vacas também foi relacionado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

O programa Brasil ODS ressaltou que a tecnologia pode contribuir com o ODS 2 (Erradicar a Fome), que busca garantir o acesso a alimentos seguros e nutritivos para todos; com o ODS 12 (Consumo e Produção Responsáveis), que promove mudanças nos padrões de consumo; e com o ODS 17 (Parcerias e Meios de Implementação), que fomenta a cooperação global e o desenvolvimento tecnológico sustentável.

O papel do Brasil na inovação alimentar

Com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o programa destacou que o Brasil tem potencial para ser protagonista nesse mercado emergente.

Além de ser um dos maiores produtores de leite, o país possui um ecossistema científico que favorece o desenvolvimento de tecnologias disruptivas.

Entretanto, a adoção em larga escala dependerá não apenas do avanço da tecnologia e da redução de custos, mas também de políticas públicas e incentivos que favoreçam a inovação sustentável sem comprometer a renda dos produtores de leite tradicionais.

O Brasil ODS é uma produção do Observatório do Terceiro Setor, apresentado por Joel Scala, e vai ao ar às quintas-feiras no portal do OTS e às 16h na Rádio Brasil de Fato.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de OTS

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