Um adulto saudável é, em grande parte, resultado de uma alimentação adequada na infância, sem deficiências nutricionais.
Esse fato deixa muitos pais e cuidadores preocupados se estão conseguindo oferecer a quantidade e a qualidade certas de nutrientes para os seus pequenos.
Embora cada criança deva ser analisada individualmente por pediatras e nutricionistas, há algumas orientações que são consenso. A primeira delas é sobre o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade e complementar até os dois anos.
A outra está na oferta variada de frutas, legumes, verduras, cereais e proteína (animal e/ou vegetal) em qualidade e quantidade adequada, a partir dos seis meses de idade, quando tem início a introdução alimentar.
Elas possuem um teor proteico correto para a faixa etária e, nutricionalmente, são mais adequadas às necessidades dessas crianças porque possuem adição de ferro, vitaminas, fibras prebióticas (como GOS e FOS, por exemplo) e outros nutrientes, como DHA e ARA, que comprovadamente são importantes para o desenvolvimento saudável quando comparados ao leite de vaca.
“O leite de vaca não contém os ingredientes que as fórmulas possuem. Elas são reguladas por normas da ANVISA, que determina a sua composição. S
e fizermos uma comparação entre um leite de vaca integral não fortificado e a fórmula infantil de primeira infância, a partir da ingestão 400 ml por dia, ou seja, dois copos de 200 ml/dia, uma criança que toma fórmula consumirá 8,2 vezes mais vitamina C, 2,5 vezes mais vitamina D e muito mais ferro em geral. ”, complementa o médico Matias Epifanio.
O pediatra alerta ainda que, além da ausência de um equilíbrio de nutrientes fundamentais para o desenvolvimento dos pequenos, o leite de vaca apresenta excesso de gordura saturada, proteína e sódio, que podem resultar em problemas futuros, como tendências à obesidade.
O pediatra, especialista em nutrologia e gastroenterologia, cita estudos que mostram aumento dos índices de anemia e um menor aporte de vitaminas D e B em crianças alimentadas com leite de vaca.
O Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI) mostra deficiência de 6% de vitamina A e de 14,2% de vitamina B12 em crianças brasileiras de 6 meses a 4 anos e meio de idade.
Outra pesquisa, feita em três países da Europa, aponta irregularidades nos índices de ferro. Em crianças que receberam fórmula, por exemplo, esse indicador foi bem menor: de 5,4% versus 19,7% que consumiram leite de vaca.
Recentemente, várias sociedades científicas se referem sobre o uso de fórmulas infantis de seguimento para crianças de primeira infância dizendo que: “Elas não são mandatórias, no entanto, podem ser usadas como parte de uma estratégia para aumentar a ingestão de ferro, vitamina D e DHA, enquanto diminui a ingestão de proteína em comparação com o leite de vaca não fortificado.
Em cenários onde as fórmulas infantis de seguimento para crianças de primeira infância estão disponíveis, são acessíveis e onde o sobrepeso/obesidade é uma preocupação, estas fórmulas são uma excelente escolha.”, conclui Matias Epifanio.