ESPMEXENGBRAIND
6 jun 2025
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Um empresário interessado em reativar a Calcar afirmou que, apesar dos fechamentos, a indústria láctea ainda oferece oportunidades de crescimento e desenvolvimento sustentável.
Calcar
Fechamento da Calcar em Tarariras, Colônia. Cortesia: Altrac

Quase dois meses após o fechamento definitivo da indústria láctea uruguaia Calcar, a expectativa gira em torno do edital para a aquisição da planta localizada em Tarariras, departamento de Colônia.

“Estamos interessados em adquirir a Calcar”, declarou ao jornal *El País* o diretor da distribuidora Nofrog, Marcel Dubois.

Enquanto isso, os trabalhadores seguem processando matéria-prima, depois de alcançados os acordos comerciais que permitiram o envio de leite à planta, segundo comunicado da Associação Laboral dos Trabalhadores da Calcar (Altrac).

Na última segunda-feira, a Altrac planejava iniciar o processamento de leite enviado pela Alimentos Fray Bentos.

No entanto, segundo Dubois, a empresa alegou escassez de leite e ofertou preços “extremamente altos” pelo pouco disponível.

Um dos principais objetivos dos trabalhadores é manter a planta ativa para valorizar o ativo até a data do leilão.

Dubois revelou que foi apresentada à Justiça a proposta de cogestão entre os funcionários e a Nofrog como distribuidora.

Próximos passos

Questionado sobre os próximos passos, Dubois acredita que o negócio é viável e que “é preciso buscar assessoria para formular uma proposta”.

Sobre a possibilidade de assumir as dívidas da Calcar, afirmou que é necessário aguardar a publicação do edital com as condições para aquisição em bloco. “Nos sentimos firmes e com vontade de fazer o negócio acontecer”, declarou.

A empresa

Segundo Dubois, a Nofrog surgiu da união entre as distribuidoras Nevaluk e Almadu (esta última de sua propriedade), com o objetivo de assumir a distribuição dos produtos Calcar. O negócio teria sido proposto pelo antigo conselho da empresa dois meses antes do fechamento.

Apesar de contar com mais de 30 anos de experiência no setor de transportes, a Nofrog tem apenas alguns meses de atuação. “Ficamos sem chão”, lamentou Dubois, atribuindo o encerramento a uma má gestão econômico-financeira por parte da diretoria anterior.

A frota atual conta com alguns caminhões próprios, e a empresa presta serviços de transporte para outros 25 distribuidores. Dubois também destacou o conhecimento e a tradição uruguaia no transporte de alimentos, um setor que “cresce ano após ano”, mesmo com o fechamento de indústrias locais.

Oportunidades e desafios

Sobre os desafios da indústria láctea e o papel da Nofrog, Dubois acredita que ainda há espaço para crescimento e desenvolvimento. No entanto, alertou que o fechamento de empresas no Uruguai tem efeitos “devastadores” no mercado e defendeu que a agilidade nas renegociações é crucial para viabilizar os negócios.

Por outro lado, apontou que algumas empresas continuam ativas e “são muito bem-sucedidas”, graças à sua capacidade exportadora. Um exemplo é a Conaprole, que detém cerca de 70% de participação no setor lácteo uruguaio.

Dubois também ressaltou a importância do investimento estrangeiro no país. Um dos casos mais emblemáticos é o do grupo francês Lactalis, que está presente no Uruguai desde 2015, após adquirir a Indústria Láctea Salteña (Indulacsa).

Atualmente, comercializa leite e manteiga no mercado local com marcas como Parmalat, Président e sua mais recente aquisição: Granja Pocha. Segundo Dubois, esse tipo de investimento “amplia o mercado”.

 

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