Embora a Índia lidere o ranking, o Brasil segue de perto com cerca de 224 milhões de cabeças de gado, consolidando-se como o segundo maior rebanho do planeta.
A pecuária é uma das atividades mais antigas e importantes da humanidade, desempenhando um papel crucial na produção de alimentos, como carne e leite, além de derivados como o couro. O tamanho dos rebanhos de gado varia significativamente ao redor do mundo, dependendo de fatores como clima, disponibilidade de terras e cultura local.
Enquanto alguns países abrigam vastos rebanhos que sustentam suas economias e alimentam milhões de pessoas, outros enfrentam limitações que tornam a criação de gado praticamente inexistente. Neste artigo do Compre Rural, exploraremos quais são os países que possuem o maior e o menor número de cabeças de gado e os fatores que explicam essa disparidade.
A Índia lidera o ranking mundial de rebanhos de gado, com aproximadamente 306 milhões de cabeças de bovinos. Este número impressionante é reflexo da cultura hindu, que considera a vaca um animal sagrado e, portanto, protegida por leis que proíbem seu abate em muitos estados do país. Mesmo com essas restrições, a Índia se destaca como o maior exportador mundial de carne vermelha, particularmente carne de búfalo, que não possui o mesmo status religioso das vacas. Em 2023, a Índia exportou cerca de 1,8 milhões de toneladas de carne de búfalo, consolidando sua posição no mercado global.
Além de carne, a Índia é o principal produtor e consumidor de leite do mundo, com uma produção estimada em cerca de 198 milhões de toneladas por ano, segundo a FAO. A pecuária leiteira é vital para a economia rural indiana, proporcionando emprego e sustento para milhões de famílias, especialmente nas regiões rurais onde a produção é predominante.
Embora a Índia lidere o ranking, o Brasil segue de perto com cerca de 224 milhões de cabeças de gado, consolidando-se como o segundo maior rebanho do planeta. O Brasil é conhecido por sua produção extensiva de gado, beneficiada por vastas áreas de pastagem nas regiões Centro-Oeste e Norte. Em 2023, o Brasil exportou aproximadamente 2,3 milhões de toneladas de carne bovina, refletindo sua capacidade de produção e eficiência no mercado global. Diferente dos Estados Unidos, onde a pecuária intensiva em confinamento domina, o Brasil utiliza pastos naturais, o que reduz custos e contribui para a competitividade no mercado internacional.
O País com o menor rebanho de gado
Enquanto alguns países possuem rebanhos enormes, há nações onde a criação de gado é praticamente inexistente. Um exemplo notável é o arquipélago das Maldivas, no Oceano Índico. Composto por aproximadamente 1.192 ilhas, muitas das quais são de tamanho reduzido e têm solo arenoso, o país não tem condições adequadas para a criação de gado. A falta de espaço e as condições naturais desfavoráveis resultam em um rebanho muito pequeno ou inexistente, com dados estimando a presença de apenas algumas centenas de bovinos.
Outro exemplo é o Principado de Mônaco, um dos menores e mais densamente povoados países do mundo. Com apenas 2,02 km² e uma população de cerca de 39.000 habitantes, Mônaco é altamente urbanizado, não possuindo espaço para atividades agropecuárias significativas, incluindo a criação de gado.
Em São Tomé e Príncipe, um pequeno país insular na África, o rebanho bovino é limitado a aproximadamente 3.000 cabeças. O país enfrenta desafios relacionados à topografia montanhosa e à falta de áreas apropriadas para a pecuária em larga escala. A agricultura de subsistência predomina, e o espaço disponível para a criação de gado é restrito, refletindo a pequena dimensão de seu rebanho.
Comparação e reflexões
A diferença entre os países com os maiores e menores rebanhos de gado do mundo revela o impacto direto de fatores como geografia, cultura e economia sobre a pecuária global. A Índia e o Brasil, com seus rebanhos gigantescos, sustentam economias inteiras e fornecem alimentos para grandes populações. A Índia, apesar das restrições culturais, lidera a produção de leite e o comércio de carne de búfalo, enquanto o Brasil utiliza suas vastas áreas de pastagem e clima favorável para se tornar uma potência na produção de carne bovina.
Em contraste, países como as Maldivas e Mônaco, com condições geográficas desfavoráveis, não possuem rebanhos expressivos. A pecuária é inviável nessas regiões devido à falta de terras adequadas, clima inadequado ou urbanização intensa. O pequeno rebanho de São Tomé e Príncipe, por exemplo, é um reflexo das limitações de espaço e infraestrutura para a criação de gado.
Esses contrastes evidenciam a desigualdade na distribuição da pecuária mundial, altamente concentrada em países com condições naturais e culturais adequadas. No entanto, essa concentração também levanta questões sobre sustentabilidade e segurança alimentar, à medida que o crescimento populacional e as mudanças climáticas colocam pressão sobre os sistemas de produção animal.
A realidade apresentada pelos extremos da pecuária mundial reforça a necessidade de adaptações contínuas em cada contexto. Países com grandes rebanhos, como Índia e Brasil, precisarão enfrentar desafios crescentes em termos de sustentabilidade, com práticas que promovam a eficiência e minimizem os impactos ambientais. Simultaneamente, nações com pouca ou nenhuma criação de gado, como as Maldivas e Mônaco, buscam alternativas para suprir a demanda por carne e derivados, muitas vezes por meio da importação.
O equilíbrio entre produção e preservação de recursos naturais será fundamental para garantir a segurança alimentar global. Inovações tecnológicas e políticas agropecuárias mais robustas podem desempenhar um papel crucial para que, independentemente da geografia ou do tamanho do rebanho, os países possam contribuir para uma cadeia de produção sustentável e equitativa.
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