ESPMEXENGBRAIND
7 nov 2025
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A manteiga de garrafa da produtora Ana Lúcia, de Várzea Grande, levou medalha de ouro e promete abrir caminho para a regularização da sua queijaria 🧈
Do sítio à premiação: a manteiga de garrafa que representa o orgulho e o potencial do pequeno produtor mato-grossense 🏆
Do sítio à premiação: a manteiga de garrafa que representa o orgulho e o potencial do pequeno produtor mato-grossense 🏆

A manteiga de garrafa produzida no Sítio Nossa Senhora das Graças, em Várzea Grande (MT), conquistou medalha de ouro na segunda edição do Concurso do Queijo 2025, realizado dentro do Festival do Queijo, no Centro de Eventos do Pantanal, em Cuiabá.

O reconhecimento coroou o trabalho de Ana Lúcia Morais de Souza, agricultora familiar da comunidade São Miguel, no Sadia 3, que há uma década se dedica à produção artesanal de queijos, requeijão, manteiga e doces.

Entre 88 produtos premiados, o dela se destacou entre os 39 agraciados com o prêmio máximo, numa competição que valoriza a diversidade e a qualidade dos produtos artesanais do estado.

O evento foi promovido pelo Sebrae/MT, com apoio de parceiros públicos e privados, e reuniu produtores de diferentes regiões do Mato Grosso — um encontro que vai muito além das medalhas. Para Ana Lúcia, participar é também uma forma de validar o esforço e o amor dedicados à produção rural.

“Foi muito importante participar do concurso, das palestras e das oficinas. Conheci novos produtores, revi amigos e vi meus produtos passarem por análise laboratorial, o que aumentou ainda mais minha confiança”, contou a produtora.

🌿 Da cozinha ao selo de inspeção

Ana Lúcia celebra a conquista, mas também vê nela um novo desafio: a regularização da sua queijaria e a obtenção do Selo de Inspeção Municipal (SIM), requisito para expandir legalmente a comercialização dos seus produtos.

“Hoje já não faço os queijos na cozinha de casa, e sim na queijeira. O item mais caro que ainda preciso adquirir é o pasteurizador, mas vou conseguir cumprir a legislação e conquistar o SIM”, afirmou.

O caso de Ana Lúcia é emblemático do movimento crescente de formalização da produção artesanal no Brasil. Pequenos produtores que, com o apoio técnico certo, buscam transformar o talento e a tradição em negócios sustentáveis e rentáveis.

🧺 Feira da Família: vitrine da produção local

Após o ouro, a produtora já se prepara para a próxima Feira da Família (Feira FAM), que acontecerá na terça-feira, 4 de novembro, em frente à Prefeitura de Várzea Grande. O evento, realizado mensalmente pela administração municipal, reúne dezenas de expositores da agricultura familiar e oferece almoço comunitário, em um ambiente que mistura negócios, gastronomia e convivência.

“Essas feiras e concursos fazem toda a diferença na nossa trajetória. Ajudam a trazer novos clientes, manter os antigos e abrir oportunidades para investimentos”, destacou Ana Lúcia, enquanto organizava os doces que levará para o evento.

🌾 Políticas públicas e reconhecimento

Para o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural Sustentável de Várzea Grande, Ricardo Amorim, apoiar histórias como a de Ana Lúcia é fundamental para fortalecer a base da economia local.

“A valorização dos produtos locais fortalece a economia rural e dá visibilidade ao trabalho de quem produz com qualidade e dedicação. Temos trabalhado para oferecer suporte técnico e estrutural, ajudando nossos produtores a alcançar novos mercados e certificações”, afirmou.

A médica veterinária Kelly Enciso, coordenadora do SIM e organizadora da Feira da Família, também acompanha de perto o avanço dos produtores.

“Ver o crescimento e o reconhecimento de pessoas como a Ana Lúcia é muito gratificante. Nosso papel é orientar e apoiar para que cada vez mais produtores estejam regularizados e possam ampliar suas vendas com segurança e qualidade”, observou.

💬 Um símbolo da força do campo

Mais do que um troféu, a medalha representa o fortalecimento de um modelo produtivo baseado na agricultura familiar e na valorização do artesanal. Em um setor dominado por grandes marcas e produtos industrializados, o sucesso de uma manteiga de garrafa feita à mão, com dedicação e saber tradicional, é um lembrete do que o Brasil tem de mais genuíno.

O avanço de políticas de apoio técnico, crédito acessível e certificações simplificadas pode transformar essa exceção em regra — e permitir que mais produtores alcancem o mercado com a mesma confiança e brilho que hoje definem o trabalho de Ana Lúcia.

Porque, no fim, o sabor da vitória é o mesmo da boa manteiga de garrafa: puro, autêntico e impossível de esquecer. 🧈

*Escrito para o eDairyNews, com informações de MidiaNews

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