De acordo com um estudo realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em parceria com a Rede ILPF e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o índice de variação na produção de leite no estado é maior que a média nacional.
Essa oscilação na disponibilidade do produto traz consequências negativas para os laticínios, uma vez que há ociosidade superior a 50% da capacidade de produção em alguns meses do ano.
Segundo o estudo, isso é reflexo do sistema de produção de leite adotado no estado e da falta de informação dos produtores. A atividade é desenvolvida por agricultores familiares em pequenas propriedades, com pouca tecnologia e alimentação a pasto.
Embora a disponibilidade de leite em Mato Grosso se altere mais ao longo do ano do que em outras regiões do país, a variação no preço do leite no estado é menos intensa. Enquanto na média nacional a variação chega a 14%, em Mato Grosso a variação média é de 11%, segundo dados da Embrapa.
Segundo o “Diagnóstico das Ações da Cadeia da Pecuária Leiteira em Mato Grosso”, realizado também pelo Imea em conjunto com a Associação dos Produtores de Leite de Mato Grosso (Aproleite) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-MT), há necessidade de esclarecer o produtor de leite mato-grossense sobre genética, assistência técnica, nutrição, solo, qualidade do leite, infraestrutura e crédito rural.
O diagnóstico aponta ainda que, para que haja melhoria no setor, é necessário que as políticas públicas criadas pelo governo municipal e estadual se aliem aos interesses do produtor rural.
Além disso, destaca também a importância de entendimento por parte do produtor quanto ao acesso ao crédito rural e às novas linhas de financiamento, além da discussão sobre linhas de crédito adaptadas aos diferentes perfis de produtores de leite.
Cada vaca produz, em média, 1.637 litros por ano em Mato Grosso. O volume é 35% menor que o restante do país. A produção média por fazenda no estado também contribui para a produção aquém do esperado.
Entre 2006 e 2017 a média de produção diária por propriedade caiu de 45 para 41 litros, enquanto no restante do Brasil esse número saltou de 41 para 70 litros.
Apesar de possuir concentração da produção de leite em duas macrorregiões, Mato Grosso possui condições de produção em quantidade e qualidade em praticamente todo o território.