O diagnóstico foi realizado por meio do programa NovoAgro 4.0, e foram entrevistados 115 produtores rurais nas regiões de Uberaba, Juiz de Fora, Viçosa, Montes Claros, Lavras e Governador Valadares. O resultado desse trabalho foi o mapeamento de desafios, divididos em técnicos, comportamentais e de gestão.
Minas é o maior produtor brasileiro de leite com, aproximadamente, 30% do total, o que corresponde a 9,4 bilhões de litros produzidos e 1,2 milhões de trabalhadores diretos. Em 2020, o valor bruto da produção da atividade leiteira, em Minas, foi de 21,4 bilhões, segundo o IBGE. Mas apesar desses números brilharem os olhos, a falta de política de desenvolvimento em longo prazo, aliada à concorrência desleal e predatória dos subsídios internacionais concedidos às principais commodities lácteas torna essa cadeia uma das menos competitivas do agronegócio – principalmente sobre o ponto de vista do produtor, que acaba sendo impactado com a baixíssima remuneração que, na maioria das vezes, não arca com os custos de produção.
No café o estado também é campeão. As lavouras ocupam 1,1 milhão de hectares, o equivalente a 1,5 milhão de campos de futebol enfileirados. A safra fechou em 21,45 milhões de sacas, sendo 99% do tipo arábica, cerca de 46% do total nacional. As diferentes características permitem conquistar os mais diversos clientes do mercado nacional e mundial. Estima-se que a cadeia produtiva do café gere 3 milhões de empregos diretos e indiretos em Minas Gerais. Apesar de ser considerado um setor relativamente rico, ser um produtor de café significa viver uma vida de incertezas. As restrições topográficas e organizacionais, além das limitações de mecanização, exigem a busca de alternativas que viabilizem a permanência no mercado com lucratividade. Outras dores são nos processos de gestão da produção e das propriedades, bem como investimentos em infraestrutura de produção e processamento, além de mecanismos de proteção a produção e comercialização a exemplo dos seguros agrícola e de preços.