Mais a noroeste do estado, delineia-se a região do Serro, onde o clima quente contribui para produzir queijos mais úmidos, macios e menos maturados, com acidez pronunciada. De Sabinópolis saiu o QMA “Quilombo na Cachaça”, também premiado com o “super ouro”.
Seu idealizador, Ivacy Pires dos Santos, explica que a massa é maturada em genuína aguardente local, resultando um queijo forte, cremoso, de casca lisa, amarela, e sabor marcante de pequi.Com o sucesso da receita, Santos espera aumentar a produção e as vendas em até 50%.
Esse sopro de expansão dos negócios é prova da importância da produção queijeira para o estado, ressaltou Ranier Chaves Figueiredo, diretor de agroindústria e cooperativismo da secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais. São 13 regiões produtoras, cinco tipos de queijos artesanais (QMA, Cabacinha, Alagoa, Mantiqueira e Suaçuí) e 65 produtores com o Selo Arte do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), que permite a comercialização de produtos artesanais de origem animal no país.
Cruzília é exemplo expressivo. Com 18 mil habitantes, a cidade viu surgir no final de 1980 a marca homônima que responde hoje por grande parte do emprego e movimentação econômica local, disse Edson Martins, COO da UltraCheese, plataforma de cremes e queijos que detém a marca Cruzília, recém-adquirida pelo fundo de investimentos independente Aqua Capital.
Para fazer 90 tipos de produtos, entre eles o Santo Casamenteiro — outro ganhador do “super ouro” no concurso mundial —, a empresa capta diariamente mais de 70 mil litros de leite junto a quase cem famílias de produtores.