O iogurte como alimento foi descoberto pelos árabes há 4.000 anos. A teoria mais difundida diz que ele foi o produto da fermentação espontânea do leite transportado em sacos de pele de animais, processo que ocorreu devido ao calor e à presença de bactérias acidificantes nos sacos.
Foi somente em 1900 que a bactéria responsável pela existência do iogurte natural foi descoberta e identificada: o bacilo Lactobacillus bulgaricus.
Mas, como qualquer alimento e especialmente como um produto lácteo, muitas crenças falsas surgiram ultimamente. Aqui estão alguns dos mitos mais recorrentes e todas as verdades que você precisa saber sobre o iogurte:
1. Ele é rico em nutrientes: verdade. O iogurte é uma fonte de proteína de alta qualidade, contém todos os aminoácidos essenciais em quantidades suficientes e tem excelente digestibilidade, pois é parcialmente desnaturado durante a fermentação, o que facilita a digestão. Ele também foi associado a propriedades antivirais e antibacterianas. O iogurte fornece probióticos que enriquecem a flora intestinal e é uma fonte de nutrientes fundamentais para o nosso organismo, como cálcio, proteínas de boa qualidade, vitaminas e minerais.
2. O iogurte desnatado é melhor do que o iogurte integral: falso. O teor de gordura do iogurte depende do tipo de leite do qual ele é feito (integral, semidesnatado, desnatado), sendo o nutriente mais variável no iogurte. A qualidade das gorduras proporciona muitos benefícios à saúde.
Por exemplo, as vitaminas lipossolúveis (ou seja, aquelas encontradas na parte gordurosa do alimento), vitaminas A, D e E, não são encontradas no iogurte desnatado e devem ser adicionadas, assim como o ácido linoleico conjugado, que está associado a propriedades benéficas no campo cardiovascular.
Há estudos que associam a gordura láctea à prevenção de diabetes tipo 2, síndrome metabólica e menor aumento do peso corporal, entre outros fatores de risco cardiovascular.
3. Previne a osteoporose: verdadeiro. Todos os produtos lácteos, devido ao seu conteúdo de cálcio e vitamina D, juntamente com seu conteúdo de fósforo e zinco, não só previnem essa doença, mas também ajudam na formação de ossos e dentes.
4. Pode ser consumido a partir dos 6 meses de idade: Falso. Nenhum produto lácteo é melhor para o bebê do que o leite materno, que fornece micro-organismos saudáveis e garante um intestino mais saudável.
Idealmente, ele deve ser evitado até os dois anos de idade, mas se a amamentação for interrompida antes, o iogurte integral sem açúcar pode ser consumido após os 10 meses. Embora alguns médicos recomendem o iogurte açucarado a partir dos seis meses, se a amamentação estiver disponível, não há motivo para dar a seu filho qualquer produto lácteo antes dos dois anos de idade.
5. É um probiótico natural: verdadeiro. As bactérias vivas do iogurte ajudam a manter e restabelecer a flora e o trânsito intestinal normal.
O iogurte é o probiótico mais barato, mais acessível e mais fácil de consumir e provavelmente é tão eficaz quanto outros com nomes mais sofisticados, cujos benefícios foram observados na prevenção e no tratamento de doenças infecciosas do trato respiratório e digestivo, diarreia infecciosa em crianças e aquelas causadas por tratamento prolongado com antibióticos.
6. Pessoas com intolerância à lactose não podem comer iogurte: falso. Uma porcentagem significativa da população é intolerante à lactose, que é a incapacidade de digerir o açúcar do leite, a lactose, devido à ausência da enzima lactase.
Por não ser digerida, a lactose chega ao cólon e é fermentada por bactérias intestinais, causando diarreia, dor abdominal e inchaço.
No entanto, muitas dessas pessoas podem consumir iogurte normalmente, porque nesse alimento a lactose é parcialmente digerida pelas bactérias responsáveis pela fermentação; embora o iogurte seja geralmente um produto lácteo mais bem tolerado do que o leite em pessoas com intolerância à lactose, deve-se observar que o leite em pó é frequentemente incluído nos ingredientes.
7. A qualidade do iogurte está no rótulo: o verdadeiro. Há uma grande variedade de iogurtes nas prateleiras e tendemos a nos sentir um pouco desorientados diante de tantas opções. Há iogurtes com ou sem cereais, com frutas, integrais ou desnatados, naturais ou aromatizados, tipo grego, com açúcar, light, sem açúcar, sem lactose e alguns outros (que tenho certeza de que esqueci).
A regra de ouro é que, para um iogurte ser considerado iogurte, ele precisa de apenas dois ingredientes: leite e culturas lácticas. A maioria das opções no mercado tem ingredientes adicionais, como açúcar, aromatizantes, estabilizadores, corantes, espessantes, conservantes e adoçantes.
É essencial ler a lista de ingredientes, que são sempre listados do maior para o menor, de acordo com sua proporção no produto. Se o açúcar aparecer entre os primeiros ingredientes, isso significa que a quantidade de açúcar é alta.
Cuidado, pois a palavra “açúcar” pode não aparecer, mas isso não significa que ele não esteja presente: ele pode aparecer com outros nomes: sacarose, xarope de milho, açúcar invertido, suco concentrado, mel etc. A recomendação é escolher aqueles com sabor natural, com o menor número possível de ingredientes e sem adição de açúcares ou adoçantes.
Como fazer em casa
1 litro de leite
100 gramas de iogurte natural
2 colheres de chá de essência de baunilha
Aqueça o leite até ferver. Desligue o fogo. Deixe a temperatura cair para aproximadamente 45 graus.
Acrescente o iogurte e a essência de baunilha. Misture bem. Em seguida, deixe descansar, mantendo a temperatura, por seis horas.
Você pode embrulhar o pote com um cobertor, encher potes de vidro limpos e colocá-los em um refrigerador. Após esse tempo, ele estará pronto e deverá ser mantido na geladeira. Pode-se acrescentar açúcar.
El País (Uruguai)