Widthauper costuma vender de 4.000 a 5.000 litros de leite por mês, mas o volume chegou a cair pela metade no primeiro semestre em razão da estiagem. O cultivo da cana-de-açúcar, base para a produção de melado, tampouco escapou dos impactos da falta de chuva, diz ele. A seca deste ano foi a maior de que me lembro. Foi terrível”, afirma. “Agora que voltou a chover a gente começa a botar os negócios em dia.” Na visão dele, os efeitos adversos do clima sobre o campo parecem ter ficado “mais fortes” nos últimos anos.
Percepção semelhante é relatada pela produtora rural Fernanda Luisa Sell, 31, do município de Derrubadas (480 km de Porto Alegre), também no Noroeste do Estado. “Nos últimos anos, parece que a gente está sentindo mais os efeitos do clima do que antes.” Com a seca que atingiu a região Sul, Fernanda e o marido perderam em 2022 parte considerável das plantações de soja e milho em uma área de dez hectares.
O cultivo de hortaliças e a produção de leite também foram atingidos em cheio pela falta de chuva no verão, segundo ela. A estiagem que ganhou força no começo de 2022 foi a mais intensa que a agricultora diz já ter vivido.