O queijo brasileiro Morro Azul, produzido em Santa Catarina, conquistou reconhecimento internacional ao figurar no ranking dos 100 melhores queijos do mundo elaborado pelo Taste Atlas, plataforma americana considerada uma das principais enciclopédias gastronômicas globais.
A iguaria catarinense foi classificada na 68ª posição e é o único representante do Brasil na lista divulgada recentemente.
Segundo a reportagem da Globo Rural, o queijo é fabricado pela Queijos Pomerode, empresa comandada pelos irmãos Juliano e Bruno Mendes. O nome do produto é uma homenagem ao Morro Azul, um dos símbolos da cidade de Pomerode, município catarinense com cerca de 35 mil habitantes, conhecido por sua herança cultural germânica.
“Recebemos com muita alegria a notícia de que nosso queijo mais conhecido e premiado entrou na lista do Taste Atlas, sendo o único brasileiro a representar nosso grande país. É um reconhecimento muito especial que mostra que estamos no caminho certo, criando queijos com características únicas e respeitando nossa identidade”, afirmou Juliano Mendes à Globo Rural.
Processo de produção e características
O Morro Azul é elaborado com leite de vaca e mofo branco, e seu diferencial está na textura cremosa e nas notas amanteigadas e lácteas predominantes. Para alcançar esse perfil sensorial, o processo de produção prioriza a retenção de umidade, o que garante a maciez característica.
Após a produção, o queijo passa por um período de 30 dias de maturação. A validade é de 60 dias, mas com o tempo o sabor ganha intensidade, podendo apresentar inclusive notas de cebola e alho provenientes do mofo. Outro detalhe marcante é que o produto é salgado e envolto em uma cinta de madeira, que contribui para o desenvolvimento do aroma e do sabor.
Versátil, o Morro Azul harmoniza bem com cervejas de baixo amargor, além de vinhos brancos secos, refrescantes e espumantes secos. Pode ser consumido puro, acompanhado de pão, geleias de frutas ou mel, ampliando ainda mais a experiência gastronômica.
Reconhecimento internacional
O Taste Atlas é um site americano especializado em gastronomia que reúne avaliações, descrições e rankings de pratos, bebidas e produtos típicos de diferentes países. A lista dos 100 melhores queijos do mundo é considerada uma referência para chefs, sommeliers e amantes da culinária.
No ranking de 2025, o primeiro lugar foi ocupado pelo Hudson Flower, um queijo artesanal da região do Vale do Hudson, em Nova York, nos Estados Unidos, conhecido por sua cremosidade e notas adocicadas, que costuma ser harmonizado com frutas e nozes.
Os demais destaques do Top 10 incluem rótulos de França, Suíça, Itália, Inglaterra e também outros norte-americanos. Entre eles estão o Affiné Au Chablis (França), o L’antoine de Fribourg (Suíça), o Bonne Bouche (EUA) e o Cheddar Maduro Farmhouse (Inglaterra).
A presença do Morro Azul na lista reforça a crescente valorização dos queijos artesanais brasileiros em um mercado tradicionalmente dominado por países europeus. Para os produtores de Santa Catarina, o reconhecimento representa não apenas uma conquista comercial, mas também um marco cultural para o setor lácteo nacional.
Um embaixador do queijo brasileiro
O feito coloca Santa Catarina no mapa global da queijaria de excelência e fortalece a imagem do Brasil como produtor de alimentos de alta qualidade. Embora ainda pouco presente em rankings internacionais, o país possui uma tradição rica em queijos artesanais, como os de Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e o próprio estado catarinense.
Com a notoriedade alcançada pelo Morro Azul, especialistas esperam que mais produtores brasileiros ganhem espaço em premiações internacionais, ampliando o reconhecimento e o valor agregado dos produtos lácteos nacionais.
Assim, o Morro Azul não é apenas um queijo premiado, mas um símbolo da inovação e da identidade gastronômica brasileira, capaz de dialogar com tradições centenárias da queijaria mundial e, ao mesmo tempo, oferecer ao consumidor global um sabor único e autêntico.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Globo Rural