Produto foi encontrado em atacarejo de Fortaleza, em peça de 3,7kg e R$ 49,90 o quilo, mais cara que a muçarela tradicional.
muçarela
A primeira vista, parece não haver diferenças entre ele e a muçarela de outras marcas na prateleira, porém um olhar mais cuidadoso identifica que, além de muçarela, o produto contém fécula de batata e um mix de aditivos, descritos entre parênteses como fécula de batata Foto: Ingrid Coelho

Os industrializados similares estão em várias categorias alimentícias. Nos derivados do leite, além de requeijão, leite condensado e o próprio leite em pó, o queijo também pode “enganar” o consumidor que não estiver mais atento ao rótulo.

Em um atacarejo de Fortaleza, a coluna encontrou o queijo muçarela processado. A primeira vista, parece não haver diferenças entre ele e a muçarela tradicional de outras marcas na prateleira.

Porém, um olhar mais cuidadoso identifica que, além de muçarela, o produto contém fécula de batata e um mix de aditivos, descritos entre parênteses como fécula de batata e emulsificantes: hidrogenofosfato de di-sódio INS 339ii e polifosfato de sódio INS 452i.

Diferente de outros similares no mercado, entretanto, a muçarela processada era mais cara do que as outras no setor de frios que continham basicamente leite integral pasteurizado, sal (cloreto de sódio), cloreto de cálcio e coalho na composição. Enquanto a muçarela processada (o produto estava exposto em peça de 3,7kg) estava custando R$ 49,90/kg, a muçarela comum de uma outra marca custava R$ 45,90/kg.

Essa mesma muçarela processada recentemente viralizou na internet após um vídeo da engenheira de alimentos Marilda Fajardo mostrar o produto como “queijo fake”. Na publicação, ela afirma que sabor e outras características como o derretimento e o fatiamento diferem da muçarela tradicional.

A pesquisadora e vice-diretora do Centro de Tecnologia de Laticínios de Bactérias Lácticas (Tecnolat) do Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital/Apta/SAA), Leila Maria Spadoti, o queijo muçarela processado encontrado pela coluna está abrangido por regulamentação que trata da identidade e qualidade de queijo processado ou fundido, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).

“O regulamento estabelece como queijo processado o produto obtido por trituração, mistura, fusão e emulsão por meio de calor e agentes emulsionantes de uma ou mais variedades de queijo, com ou sem adição de outros produtos lácteos e/ou sólidos de origem láctea e/ou especiarias, condimentos ou outras substâncias alimentícias na qual o queijo constitui o ingrediente lácteo utilizado como matéria-prima preponderante na base láctea”, detalha a pesquisadora.

 

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Composição

Apesar de poder levar em sua composição ingredientes de outras origens, essa mesma regulamentação estabelece que o queijo processado deve ter pelo menos 75% de queijo em sua composição para ter essa denominação.

A professora de Engenharia de Alimentos da Universidade Federal do Ceará (UFC) Juliane Doering Gasparin Carvalho corrobora que a adição de ingredientes pode influenciar no derretimento do queijo e que o consumidor deve estar atento à embalagem, com destaque para os ingredientes e a tabela nutricional do produto.

“A muçarela processada pode ter um teor mais elevado de carboidrato, então para uma pessoa diabética já não é recomendado o consumo. A muçarela processada também pode ter uma redução de proteínas em relação ao queijo muçarela”, detalha Juliane.

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