ESPMEXENGBRAIND
19 jul 2025
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O uso de música para vacas leiteiras reduz o estresse, facilita a ordenha e contribui para a saúde e produtividade dos animais.
Produtores relatam um fluxo de leite mais contínuo e, em muitos casos, aumento no volume coletado. Música
Produtores relatam um fluxo de leite mais contínuo e, em muitos casos, aumento no volume coletado.

O uso de música para vacas leiteiras está ganhando destaque como uma estratégia simples e eficaz para melhorar a ordenha e o bem-estar dos animais.

O que antes parecia uma excentricidade rural hoje é respaldado por práticas de manejo e observações em campo que apontam resultados concretos: vacas mais calmas, ordenhas mais produtivas e um rebanho mais saudável.

Essa revolução sonora vem sendo adotada em diversas propriedades leiteiras do Brasil. A lógica é simples: assim como os seres humanos, os animais reagem ao ambiente ao seu redor.

Sons bruscos, ruídos intensos ou agitação na sala de ordenha provocam estresse nos animais, o que impacta diretamente na liberação de ocitocina — o hormônio responsável pela ejeção do leite.

A zootecnista Natália Borba explicou em entrevista ao Estadão que o estresse ativa o cortisol, que inibe a ocitocina e prejudica a produção.

Já com a introdução de músicas suaves, como peças clássicas ou canções populares tranquilas, os produtores relatam vacas mais relaxadas, menos coices e um ambiente de ordenha muito mais calmo e eficiente.

Produção de leite mais fluida e constante

Ao criar um ambiente sonoro agradável, a vaca entra em um estado de relaxamento que facilita o processo de ordenha.

Isso não apenas melhora a experiência para o animal, mas também para os trabalhadores, que lidam com animais menos reativos e mais cooperativos. Essa harmonia impacta diretamente na quantidade e na qualidade do leite.

Produtores relatam um fluxo de leite mais contínuo e, em muitos casos, aumento no volume coletado. A ordenha deixa de ser um momento tenso e se transforma em um processo fluido — quase sinfônico.

Mais que leite: saúde, segurança e retenção de talentos

Os benefícios da música vão além do balde. Um rebanho menos estressado tende a ter um sistema imunológico mais robusto e menor incidência de doenças.

A tranquilidade também reduz o risco de acidentes entre os animais e com os operadores de ordenha, promovendo segurança no ambiente de trabalho.

Além disso, o clima mais leve durante as atividades diárias no curral melhora a rotina da equipe, reduz o desgaste físico e emocional dos colaboradores e pode até ajudar na retenção de mão de obra qualificada, um dos grandes desafios do setor leiteiro.

Que tipo de música funciona melhor?

Embora ainda faltem estudos científicos conclusivos sobre os gêneros preferidos pelas vacas, a prática no campo já aponta caminhos: músicas com ritmo cadenciado, sem mudanças bruscas ou batidas agressivas, são as mais recomendadas.

A música clássica aparece como favorita em várias fazendas, seguida por MPB suave ou até mesmo sertanejo leve.

Evitar sons eletrônicos agitados, batidas fortes ou músicas com vocais gritados é fundamental. Em vez de acalmar, essas opções podem surtir efeito oposto e gerar agitação.

Uma inovação de baixo custo e alto impacto

O uso de música para vacas leiteiras é uma inovação de baixo custo, fácil implementação e com retorno significativo — não apenas em produtividade, mas em bem-estar animal, segurança no trabalho e sustentabilidade da atividade.

Essa prática mostra que tecnologia e sensibilidade podem andar juntas no campo. Um simples rádio ligado com a trilha certa pode transformar o clima da fazenda, contribuir para a saúde do rebanho e, sim, aumentar o lucro do produtor.

Mais do que uma curiosidade, a música tem se mostrado uma aliada da pecuária leiteira moderna. Em tempos em que bem-estar animal é pauta central e consumidores exigem práticas sustentáveis e éticas, ações como essa colocam os produtores na vanguarda do setor.

Você já pensou em qual trilha sonora pode ajudar sua produção a tocar em outra frequência?

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Click Petroleo e Gas

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