A Nestlé Brasil está ampliando significativamente seus esforços de transformação digital ao conectar aproximadamente 300 linhas de produção em 14 fábricas no país.
Essa iniciativa, revelada por Gustavo Moura, gerente executivo de Automação e Transformação Digital da empresa, em entrevista ao IT Forum durante o HackTown 2024, visa aprimorar a eficiência, segurança, qualidade e inovação nos processos produtivos, com a expectativa de conectar 90% do parque fabril até o final do ano.
Com mais de 24 mil instrumentos instalados nas linhas de produção, a Nestlé coleta dados em tempo real, que são analisados por tecnologias de Data Analytics e Inteligência Artificial. Isso permite a identificação de padrões e a previsão de falhas, facilitando a manutenção preventiva e ajustes automáticos nos controles de automação.
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A conectividade proporciona acesso a informações críticas sobre o desempenho das linhas de produção em tempo real, permitindo que os operadores tomem decisões rápidas e informadas. As plataformas digitais amigáveis disponibilizam dados essenciais para a construção de modelos preditivos, antecipando respostas e indicando causas prováveis de alterações na linha.
A digitalização das fábricas envolve a implementação de diversas camadas de tecnologia e um planejamento cuidadoso, redefinindo a maneira como os colaboradores trabalham. Esta transformação tem impacto direto na eficiência e inovação, o que contribuiu para que a operação brasileira da Nestlé se mantivesse como a terceira maior em vendas globais da companhia em 2023.
Para o gerente, “os esforços da Nestlé para inovar e avançar com a digitalização do parque produtivo geraram resultados notáveis, como a redução de 30% das paradas não planejadas nas linhas de produção em 2023, na comparação com 2019. Uma parada inesperada implica em perdas, tempo ocioso e, consequentemente compromete a produtividade”.
Mas todo o processo de digitalização não se sustentaria sem algo crucial: os dados. Com o objetivo de se tornar uma companhia cada vez mais data driven, Brunno Ragonha, diretor de dados da Nestlé, destacou a importância de uma curadoria eficaz dos dados.
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A estratégia envolve entender o propósito dos dados, definir o problema a ser resolvido e harmonizar as informações para gerar insights e responder a desafios de negócios. “A transformação digital na Nestlé é muito mais inclusiva. Nós começamos entendendo o propósito: onde queremos gerar eficiência e eficácia”, explica Ragonha. Ele destacou que o foco não está apenas na coleta de dados, mas na extração de insights significativos. “Quando você olha o dado, você precisa ter a perspectiva certa. O trabalho não é em função da informação em si, mas o que você quer fazer com ela”.
Para chegar a essa conclusão, a companhia trilhou um longo caminho, já que a jornada da Nestlé no uso de dados não é recente. “Isso começou lá em 2012, 2013, quando estávamos trabalhando com modelagem estatística, gerando modelos econométricos para entender as variáveis de mercado e seu impacto nas vendas”, lembra Ragonha.
Segundo o executivo, um dos pilares do sucesso dessa estratégia é a colaboração entre diferentes áreas da empresa. “É muito mais sobre construir pontes do que sobre entregar soluções. Eu tenho um conhecimento técnico, o outro tem um conhecimento de negócio, então unimos esses saberes para construir algo juntos”, finaliza.
