Nestlé Chile fortalece sua posição como um dos pilares globais da multinacional suíça ao apostar em uma estratégia dupla: produção voltada ao mercado interno e expansão das exportações a partir do território nacional.
A informação foi destacada pelo jornal Diario Financiero em entrevista com Rodrigo Camacho, presidente da companhia no país.
Segundo o executivo, a filial chilena tem um peso singular dentro do grupo Nestlé. “Este país é uma das joias da gigante suíça. Aqui temos todas as linhas de produtos que a Nestlé desenvolve no mundo, algo que pouquíssimos países possuem”, afirmou. Essa diversidade se reflete na operação local, que conta com nove fábricas em funcionamento.
Camacho explicou que essa estrutura produtiva permite atender à demanda interna com grande eficiência, ao mesmo tempo em que abre espaço para o crescimento das exportações. “Hoje, 86% do que vendemos é produzido localmente. Isso nos posiciona como uma potência alimentar para o Chile e, ao mesmo tempo, queremos consolidar-nos como uma potência exportadora”, disse.
Impacto econômico e social
O presidente da Nestlé Chile ressaltou que o país oferece condições favoráveis para a internacionalização dos produtos. “Estamos certificados, temos capacidade de produção, um mercado organizado, bem estruturado e com inúmeros tratados de livre comércio. Isso facilita o acesso a diversos países do mundo”, destacou.
Além dos benefícios diretos para a companhia, Camacho frisou que a exportação tem impacto positivo na economia chilena. “Exportar significa trazer dinheiro de outros países, o que fortalece a economia nacional. Mais produção também significa mais emprego, e esse é um compromisso que temos com o Chile”, completou.
Atualmente, Nestlé Chile exporta para 38 destinos. No entanto, 80% do volume está concentrado em apenas oito países. Os Estados Unidos lideram a lista, representando 42% das exportações, principalmente de leite condensado, que corresponde a 30% do volume total. Outros mercados relevantes são Peru, Costa Rica, Equador, Colômbia e México.
Em 2024, a filial chilena faturou US$ 2 bilhões, sendo US$ 1,5 bilhão provenientes das vendas locais, US$ 300 milhões de exportações e US$ 200 milhões do joint venture com a CCU no segmento de águas engarrafadas.
Nova aposta: cafés instantâneos
Entre as iniciativas mais recentes, Nestlé inaugurou uma nova linha de produção em sua fábrica de San Fernando. O investimento, de cerca de US$ 10,5 milhões, permitirá a produção local de mixes de café com leite, sob a marca Nescafé, substituindo a importação que antes vinha da Inglaterra.
A nova linha tem capacidade para produzir mais de 1.000 toneladas por ano, com uma velocidade de 800 sachês por minuto – ou seja, mais de 13 unidades por segundo. “Apesar de não sermos um país produtor de café, conseguimos criar essa estrutura que vai atender ao mercado local e exportar para Uruguai, Paraguai e Peru”, afirmou Camacho.
O executivo acrescentou que a meta é transformar o Chile em um hub de cafés instantâneos com leite para a América Latina. “Este é um passo estratégico para a filial, consolidando nossa vocação exportadora”, reforçou.
Expansão do portfólio exportador
Além dos cafés, a Nestlé Chile está em negociações para exportar o chocolate Sahne-Nuss para os Estados Unidos. Também há planos para ampliar a venda de sorvetes da marca Savory em outros mercados da região.
Essas iniciativas reforçam o posicionamento da filial como centro de produção e exportação diversificada dentro do grupo Nestlé. “O Chile não é apenas um mercado consumidor, mas uma plataforma exportadora que gera benefícios tanto para a companhia quanto para o país”, concluiu Camacho em entrevista ao Diario Financiero.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de seu Content Partner Fedeleche