A Nestlé aposta em dados e inteligência artificial (IA) como pilares de transformação interna com o programa Data Fast Track, que já projeta uma economia potencial de R$ 70 milhões em apenas um ano de operação no Brasil.
A iniciativa alia agilidade, testes rápidos e soluções tecnológicas voltadas para os desafios reais da companhia.
Lançado em 2024, o Data Fast Track conecta uma equipe multidisciplinar de dados a diferentes áreas da Nestlé, como logística, vendas, RH e marketing, com o objetivo de transformar ideias em soluções práticas, sempre com base em dados e IA.
A proposta segue a lógica da inovação ágil: testar, errar rápido e escalar o que funciona.
De acordo com Brunno Ragonha, diretor de data science e analytics da Nestlé Brasil, o programa nasceu dentro do DataLab, setor responsável por análises e desenvolvimento de projetos com cerca de 100 profissionais internos e externos.
“Nosso objetivo é testar hipóteses sem o receio do erro. Afinal, errar faz parte do processo de inovação”, afirma o executivo.
Como funciona o Data Fast Track
O programa organiza as demandas através de um formulário interno. Em média, 10 ideias são recebidas por mês e uma delas avança para a fase de teste. Atualmente, 10 projetos estão em desenvolvimento e sete já passaram por provas de conceito (POCs).
Entre os casos de sucesso está o projeto de concentração de compras de papelão no setor de logística. Através de um software que racionaliza pedidos e estoques, a Nestlé conseguiu potencializar uma economia de R$ 1 milhão no primeiro ano de operação.
O sistema, que começou como um produto mínimo viável (MVP), agora está em processo de se tornar uma solução estratégica permanente.
“O conceito do projeto é simples: entender variáveis de custo e encontrar o ponto ótimo. Mas operacionalizar isso exige uma engrenagem inovadora como essa”, ressalta Ragonha.
Cultura do “fail fast”
Inspirado na metodologia ágil, o Data Fast Track adota a filosofia fail fast (“falhe rápido”), permitindo que hipóteses sejam testadas em ciclos de apenas oito semanas. Isso evita longos processos de desenvolvimento e acelera a implementação de soluções de alto impacto.
“Se não funcionar, tentamos outra coisa. Está tudo certo. Vamos para a próxima”, diz o diretor.
Essa cultura tem se mostrado eficiente para a Nestlé, que vê no programa uma ferramenta para aproximar o setor de dados das necessidades reais do negócio, otimizando tempo, recursos e estratégias de mercado.
IA e dados no centro da estratégia
O Data Fast Track reforça a visão da Nestlé de que a inovação orientada por dados é essencial para enfrentar os desafios do setor alimentício — especialmente em um cenário de alta competitividade e pressão por sustentabilidade.
Recentemente, a empresa também aplicou análises avançadas em suas fazendas de cacau no Pará, melhorando a produtividade e a rentabilidade com práticas sustentáveis.
Ao integrar dados e IA em sua rotina, a Nestlé avança não só em eficiência operacional, mas também em cultura organizacional.
A cada projeto bem-sucedido, a companhia reforça o papel da ciência de dados como eixo estratégico para o futuro dos alimentos.
*Adaptado para eDairyNews, com informações de Época NEGÓCIOS