Parceria envolve três parques eólicos do complexo Cumaru, no Rio Grande do Norte; energia gerada irá abastecer fábricas da Nestlé em São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.
Nestlé. Usualmente, acordos envolvendo geradoras de energia e grandes consumidores visando a autoprodução são fechados ainda na fase pré-operacional Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão
Usualmente, acordos envolvendo geradoras de energia e grandes consumidores visando a autoprodução são fechados ainda na fase pré-operacional Foto: Werther Santana/Estadão / Estadão
Nestlé e a Enel firmaram um acordo para criar consórcios de autoprodução de energia eólica que irão abastecer cinco fábricas da empresa de alimentos. A parceria envolve três parques eólicos do complexo Cumaru, no Rio Grande do Norte, formado por cinco usinas, e soma 200 megawatts.

Os empreendimentos foram construídos e são operados pela Enel Green Power, divisão de geração renovável do Grupo Enel, num investimento de R$ 1 bilhão por parte da empresa de energia. A Nestlé terá participação de 40% a 47% nas três usinas.

 

Leia também: Qual o papel da energia renovável para uma indústria sustentável

 

A negociação foi aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) no fim de julho. Essa é a primeira vez que a Enel Brasil firma um contrato do tipo. Para o CEO Antonio Scala, a transação é importante pela inovação que traz. “É uma estrutura inovadora como marco jurídico. Ela permite a tangibilização dessa produção renovável e sustentável para o cliente, sem, porém, ter a complexidade da gestão das usinas, que se dará por parte da Enel Green Power”, diz.

Ele explica que o negócio também é vantajoso para a Enel, pois essas usinas já existiam e operavam. Com a entrada da Nestlé, a elétrica garante mais estabilidade de preço e reduz riscos. O que aconteceu, na prática, é que a Nestlé passou a, de certa forma, alugar de 40% a 47% da operação.

“É um consórcio entre a Enel Green Power e a Nestlé, que, na prática, está fazendo um aluguel da usina já em funcionamento. A novidade dessa transação é gerar, imediatamente, todos os benefícios de um esquema de autoprodução. Sem esperar os prazos de construção e sem a necessidade de um investimento adiantado, por parte da Nestlé. É uma estrutura que pode entregar todos os benefícios de um investimento direto, sem ter a típica complexidade desse desafio”, complementa.

Usualmente, os acordos envolvendo geradoras de energia e grandes consumidores visando a autoprodução são fechados ainda na fase pré-operacional.

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O CEO da Nestlé Brasil, Marcelo Melchior, diz que, para a fabricante de alimentos, a autoprodução também vai proporcionar maior estabilidade nos custos, uma vez que as tarifas tendem a ser mais previsíveis. Ele afirma, porém, que a medida também se alinha às ambições sustentáveis da empresa, e à meta de ser uma empresa NetZero até 2050. A companhia quer ter mais clareza das fontes de sua energia, bem como diminuir sua dependência da energia vinda de hidrelétricas. “É mais do que custo, temos de avançar e diversificar o portfólio de fontes. A energia solar ainda é incipiente, mas a eólica é competitiva e abundante. Queremos aumentar”, afirmou.

A energia gerada pelas usinas será responsável por abastecer as fábricas da Nestlé localizadas nos Estados de São Paulo (nas cidades de São José do Rio Pardo e Ribeirão Preto), Espírito Santo (em Vila Velha) e Minas Gerais (nos municípios de Ibiá e Ituiutaba), responsáveis pela fabricação de itens como leite Ninho, chocolates Garoto e produtos de nutrição animal da Purina. Pelo acordo, a Enel Green Power será líder dos consórcios e ficará responsável pela operação dos parques.

 

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Melchior afirma que a Nestlé tem intenção de aumentar a participação desse tipo de contrato, mas ainda não se comprometeu com novas metas e prazos. O contrato atual responderá por 40% do consumo da companhia.

A Enel também planeja avançar nesse instrumento, com foco em empresas comprometidas com o tema da transição energética./Colaborou Luciana Collet

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O mercado argentino de lácteos registrou um aumento nos preços e uma queda no volume exportado em agosto, com o Brasil e a Venezuela como principais destinos. No Uruguai, os preços subiram, mas o volume caiu, com um forte foco no leite em pó integral e maior diversificação para a África.

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