A Austrália e a Nova Zelândia introduziram o sistema voluntário Health Star Rating (HSR) em 2014. As classificações variam de meia estrela até cinco estrelas – quanto mais estrelas, supostamente mais saudável seria o produto.
O HSR leva em conta o nível de gorduras saturadas, açúcar e sódio em produtos individuais, bem como “nutrientes positivos”, como proteinas, fibras, frutas e legumes. O Health Star Rating recebe fortes críticas sobre a eficácia desse cálculo e também como algumas empresas potencialmente manipulam seu uso, somente exibindo a pontuação nas embalagens dos produtos de maior classificação HSR.
A maioria dos consumidores desconhece que o sistema HSR é compensatório. Isso significa que um atributo nutricional negativo pode ser cancelado ou equilibrado por um atributo positivo. Um fabricante pode receber uma alta pontuação HSR para um produto rico em açúcar, adicionando um ingrediente saudável, como fibra.
Deve-se observar também que a classificação HSR é calculada para o alimento preparado. Isso significa que um produto pode desfrutar de uma alta classificação com base no valor nutricional de outros ingredientes utilizados no preparo.
Além disso, as pontuações HSR destinam-se a permitir a comparação apenas entre produtos similares. Uma classificação de quatro estrelas para um cereal não pode ser comparada a uma classificação de quatro estrelas dada ao leite integral. Embora os dois produtos exibam o mesmo número de estrelas, a “saudabilidade” pode diferir significativamente.
A Nestlé divulgou os ratings HSR após a pressão de acionistas e ativistas para que a indústria seja mais transparente sobre o valor nutricional de seus produtos. Foram excluidos da avaliação alimentos para animais de estimação, alimentos para bebês, vitaminas e nutrição médica especializada.
As vendas foram divididas em quatro grupos: 17% vieram de produtos com uma classificação HSR inferior a 1,5 estrelas; 18% entre 1,5 e 3 estrelas; e 30% com pelo menos 3,5 estrelas. Os 35% restantes vieram de produtos para os quais o HSR não é aplicável.
A multinacional sediada na Suiça disse que está “estabelecendo um padrão de transparência” e foi a primeira no setor “a relatar o valor nutricional de todo o seu portfólio global”.
O CEO da Nestlé, Mark Schneider, disse a analistas em uma teleconferência de resultados no mês passado que o grupo já havia feito “muito progresso” na redução de sódio, açúcar e gorduras saturadas.
“Está claro que, enquanto o trabalho continua, há limites”, disse Schneider. “Categorias relacionadas ao prazer [como confeitaria] não serão transformadas em categorias relacionadas à saúde”.
Os fabricantes de alimentos processados estão sob escrutínio sobre até que ponto são responsáveis por um problema global de obesidade. Em uma tentativa de melhorar as dietas, alguns governos introduziram impostos sobre produtos com alto teor de açúcar e impuseram restrições à publicidade e promoções de vendas.
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