Nos últimos anos vem reduzindo o número de propriedades do Paraná que se dedicam à produção de leite para laticínios devido à importação do produto da Argentina e Uruguai, queda nos preços pela matéria-prima, ao aumento dos custos de produção nas propriedades que trabalham no sistema free stall ou compost barn (confinamento), aposentadoria e por outros motivos.
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Na região Sudoeste, a produção de leite está se concentrando em menos propriedades. A concentração está resultando no aumento da produção de leite e produtividade, porém com custos maiores. “Tivemos um ganho de produtividade em função de que o número de estabelecimentos de free stall ou compost barn vem aumentando”, relata o técnico Antoninho Fontanella, do Deral-Seab de Francisco Beltrão.
Fabio Cossa, que integra a Associação de Produtores de Leite (Aproleite), acrescenta que o volume de leite aumentou “porque os produtores estão ficando mais eficientes na produção e os produtores estão diminuindo. Mas os animais estão indo pra outras propriedades”.
Mais 30 milhões
Números divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral) do núcleo regional de Dois Vizinhos-Francisco Beltrão da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) apontam que em 2022 a produção chegou a 795 milhões de litros de leite na microrregião.
Em 2023 foram 825.910 milhões de litros – 30 milhões a mais, ou +3,88%. O total de produção no Sudoeste apontado pelos núcleos da Seab de Beltrão, Dois Vizinhos e Pato Branco, em 2022, chegou a 1.085.000.000 de litros. Em 2023 o total foi de 1.125.000.000 – aumento de 40 milhões de litros, ou +3,68%. Esses números relativos ao ano passado ainda são preliminares.
O número de propriedades que se dedicavam à atividade entre 2016/2017 na região de Beltrão-Dois Vizinhos era de 15 mil (Censo Agropecuário). O número de propriedades que produzem leite com mais de cinco vacas era de 9.800.
Em 5.400 propriedades a média era de quatro bovinos de leite, o que praticamente se caracteriza como atividade de subsistência. “Tem alguns produtores que mantêm pequenos rebanhos de gado de leite porque produzem queijo, mas são poucos”, ressalta Fontanella.
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Despesas maiores
Porém, os custos de produção para alimentar o gado leiteiro no sistema intensivo são maiores. Nos últimos anos a região teve problemas climáticos que impactaram em maiores custos para as propriedades – milho, soja e ração. A silagem de baixa qualidade nas propriedades também afetou em termos de produtividade.
Produtividade cresceu 50%
No ano passado foram ordenhadas 165 mil vacas na região. A produtividade foi gradativamente aumentando de 10,66 litros/dia/vaca de 10,38 em 2023 para 16,3 litros/dia em 2023, um aumento de 50%. “Melhorou bastante a tecnologia, genética e a alimentação do gado”, frisa Antoninho Fontanella.
As granjas que aumentaram a escala de produção têm a tendência natural de receber uma renda maior pelo volume de leite entregue aos laticínios e pela produtividade maior por animal, já que eles são alimentados com silagem, feno e ração em sistema intensivo.