Demanda externa faz preço do milho subir 18% nos portos, diz Cepea
No mercado interno, cotações se mantêm acima dos R$ 100 a saca de 60 quilos em diversas regiões do Brasil
O preço do milho tem aumentado com força neste mês, influenciado pela demanda e pelas cotações internacionais. É o que informa, nesta segunda-feira (21/3), o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Entre os dias 25 de fevereiro e 18 de março, o cereal negociado no Porto de Paranaguá (PR) aumentou 17,4%.
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De acordo com os pesquisadores, o preço maior nos portos têm sido estimulado pela demanda externa. A guerra entre Rússia e Ucrânia trouxe expectativa de aperto no quadro de oferta e demanda, já que os dois países estão entre os maiores exportadores do cereal. E a situação tem influenciado os preçoes internacionais, referenciados na Bolsa de Chicago.
“Nos primeiros 10 dias de março, as exportações brasileiras de milho estiveram lentas, mas na semana iniciada no dia 14, compradores se mostraram mais ativos no porto de Paranaguá, com negócios sendo realizados a preços acima dos praticados no interior do País”, diz o Cepea.
No primeiro bimestre deste ano, as exportações brasleiras de milho somaram 3,447 milhões de toneladas, com uma receita de US$ 848,37 milhões. Em janeiro e fevereiro do ano passado, os embarques totalizaram 3,119 milhões de toneladas, com uma receita de US$ 616,97 milhões, de acordo com o sistema Agrostat, do Ministério da Agricultura (Mapa).
Em meio a este cenário, o indicador medido pelo Cepea, com base em Campinas (SP), acumula alta de 5,39% neste mês, até a última sexta-feira (18/3), quando fechou a R$ 102,59 a saca de 60 quilos. Desde o último dia 8 de março, a referência tem se mantido acima dos R$ 100 a saca.
A valorização do milho no mercado brasileiro é generalizada, como mostram as referências divulgadas pela Bolsa Brasileira de Mercadoria (BBM), com base nos negócios em diversas regiões do Brasil. Além da situação de mercado gerada pela guerra, a safra de verão, principalmente, no Sul do país, sofreu quebra com a seca severa que atingiu a região.
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No Rio Grande do Sul, a maior alta acumulada no mês foi verificada em Passo Fundo, de 7,14%, com a saca valendo R$ 105. Em Cruz Alta, o milho subiu 5,1% e vale R$ 103 a saca. No Paraná, Londrina e Maringá registram valorizações de 7,29%, com a saca de 60 quilos também cotada a R$ 103 nas duas praças.
Em Minas Gerais, é nas praças de Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, onde o milho subiu mais: 7,39% no acumulado do mês, com a saca cotada a R$ 94,50. Já em Rio Verde (GO), a alta foi de 4,62% no período com o cereal valendo R$ 90,60 a saca.
Já em Mato Grosso, o preço do cereal acumula alta de 9,21% no mês na região de Sorriso e Lucas do Rio Verde, com a saca de 60 quilos valendo R$ 83. Em Campo Novo do Parecis, valorização de 7,89%, com o milho cotado a R$ 82 a saca.