ESPMEXENGBRAIND
22 set 2025
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22 set 2025
A Nova Zelândia lidera o boom leiteiro global em 2025, mas será que consegue equilibrar o comércio e as regulamentações sobre nitratos? Estratégias-chave para ter sucesso sem comprometer o futuro.
Para os participantes do setor leiteiro global, a Nova Zelândia oferece lições valiosas sobre como equilibrar o crescimento explosivo com a sustentabilidade prática, sem ceder a narrativas que ignoram a realidade do campo.
Para os participantes do setor leiteiro global, a Nova Zelândia oferece lições valiosas sobre como equilibrar o crescimento explosivo com a sustentabilidade prática, sem ceder a narrativas que ignoram a realidade do campo.

Em setembro de 2025, a indústria leiteira da Nova Zelândia vive um renascimento comercial: preços ao produtor disparados, exportações em alta e portas se abrindo em mercados-chave como o Canadá.

Mas, em meio a esse boom, pairam sombras regulatórias relacionadas à qualidade da água e à contaminação por nitratos, problemas que, se não forem abordados com astúcia, podem frear o ímpeto.

Este é o momento de expandir agressivamente ou de fortalecer as defesas contra restrições desnecessárias?

Para os participantes do setor leiteiro global, a Nova Zelândia oferece lições valiosas sobre como equilibrar o crescimento explosivo com a sustentabilidade prática, sem ceder a narrativas que ignoram a realidade do campo.

O comércio de laticínios da Nova Zelândia em 2025 está em alta.

A Fonterra, gigante que controla 80% da produção nacional, ajustou sua previsão de pagamento ao produtor para a temporada 2025/26 para uma média de US$ 10,00 por kg de sólidos lácteos, com uma variação estreita de US$ 9,00 a US$ 11,00 por kgMS, refletindo uma demanda global robusta e condições climáticas favoráveis.

A produção de leite cresceu 3,1% na temporada até dezembro de 2024, e espera-se que o pico no segundo semestre de 2025 impulsione ainda mais as exportações, com um total projetado de 1,490 milhão de kgMS apenas para a Fonterra.

Nos leilões globais de laticínios (GDT), o leite em pó integral atingiu US$ 4.000 por tonelada métrica, impulsionado pela recuperação da demanda chinesa e um aumento de 7,1% nas exportações totais para US$ 26,2 bilhões no ano até março de 2025.

Isso não é coincidência: o setor representa 30% das exportações globais de laticínios, e a Nova Zelândia se posiciona como um fornecedor confiável em um mundo volátil.

Um catalisador importante foi a resolução da disputa comercial com o Canadá sob o CPTPP em julho de 2025.

Após anos de tensões, o Canadá ajustou sua administração de cotas tarifárias, permitindo um acesso mais fluido para produtos neozelandeses como manteiga, queijo e leite em pó.

Isso poderia agregar até US$ 157 milhões anuais em valor de exportações, de acordo com estimativas oficiais, ao eliminar barreiras que antes limitavam o fluxo. Além disso, o governo neozelandês implementou “cortes de bom senso” na burocracia de exportação.

Desde 25 de setembro de 2025, os exportadores de alimentos, incluindo laticínios, não precisam mais de isenções especiais das regras domésticas se seus produtos atenderem aos padrões dos mercados de destino, economizando tempo e custos em um setor onde a velocidade é fundamental.

Essas mudanças facilitam a entrada em novos mercados, como o potencial TLC com a Índia, e posicionam a Nova Zelândia para capitalizar o crescimento global projetado para laticínios até 2034, de acordo com o OECD-FAO Agricultural Outlook.

No entanto, o boom comercial não vem sem atritos na frente da sustentabilidade.

Em regiões como Canterbury, o uso intensivo de fertilizantes elevou os níveis de nitratos nos aquíferos, levando a Environment Canterbury a declarar uma “emergência por nitratos” em setembro de 2025.

Isso é atribuído em parte ao aumento de 15.000 vacas leiteiras na primeira metade do ano, exacerbando a lixiviação de nitratos na água potável.

Embora estudos indiquem que a contaminação por nitratos pode afetar os ecossistemas e a saúde, com possíveis ligações a problemas como o câncer colorretal, as evidências são sutis e nem sempre diretas, como esclarece a Bowel Cancer NZ ao afirmar que os nitratos na água potável são “altamente improváveis” de aumentar riscos significativos.

A indústria leiteira neozelandesa, longe de ignorar esses desafios, tem liderado práticas que integram uma ecologia bem compreendida, como a redução de nutrientes perdidos por meio de tecnologias comprovadas que cortam as perdas em até 15% em fazendas modelo.

O setor investe em soluções práticas, reconhecendo que melhorias no manejo de efluentes e fertilizantes são essenciais para manter a produtividade sem compromissos desnecessários.

Para agir nesse cenário, aqui estão algumas medidas concretas que você pode implementar agora mesmo.

-Primeiro, no comércio: diversifique os mercados monitorando os leilões GDT semanalmente para identificar tendências nos preços do leite em pó e da manteiga.

Com a resolução canadense, priorize remessas para a América do Norte; calcule que um aumento de 10% nas cotas poderia elevar sua receita em $50.000 por fazenda média, com base em volumes médios de 300.000 kgMS.

Use ferramentas como os guias de exportação da New Zealand Trade & Enterprise para navegar pelas regulamentações atualizadas, garantindo que seus produtos atendam aos padrões de destino sem isenções publicadas, o que reduz o tempo de processamento em 30%.

Invista em contratos a termo com compradores chineses, onde a demanda por fórmulas infantis impulsionou um aumento de 16% nas exportações de laticínios.

Em sustentabilidade, adote ações mensuráveis para mitigar os riscos dos nitratos e evitar regulamentações mais rígidas. Implemente sistemas de irrigação de precisão que otimizam o uso de fertilizantes nitrogenados, reduzindo a lixiviação em 20-30%, de acordo com estudos de fazendas neozelandesas.

Monitore os níveis de nitratos em sua propriedade com kits acessíveis, com o objetivo de mantê-los abaixo dos 11,3 mg/L recomendados pelo MAF, e documente as melhorias para se defender em consultas regulatórias, como a recente sobre água doce.

Explore vacinas antimetano em fase avançada, com investimentos como os da ArkeaBio, que poderiam reduzir as emissões em 30% e abrir bônus de carbono como receita extra.

Em termos de custos, considere o aumento das taxas por TB para US$ 14,50 por cabeça a partir de outubro, mas compense com economias em M. bovis (reduzidas em 50%).

Modele cenários: uma fazenda com 500 vacas poderia economizar US$ 10.000 por ano otimizando fertilizantes, ao mesmo tempo em que ganha pontos em certificações verdes que valorizam os produtos nos mercados europeus.

A longo prazo, integre IA nas operações: use software para prever picos de produção e ajustar a inseminação, aumentando os rendimentos em 5-10% sem expandir os rebanhos.

Diversifique em produtos de valor agregado, como queijos orgânicos ou leite A2, que alcançam margens 20% superiores.

Monitore previsões globais, como a do Rabobank para o terceiro trimestre de 2025, que prevê um crescimento moderado no fornecimento de laticínios, e ajuste os estoques para evitar a superprodução.

Enfrente as regulamentações de forma proativa: junte-se a grupos de pressão como o DairyNZ para influenciar as políticas, garantindo que as mudanças na água doce sejam “práticas” e não sufocantes.

E, acima de tudo, assine o eDairyNews, onde você tem acesso a todas as informações diariamente, com um clique, em um só lugar.

O boom leiteiro da Nova Zelândia em 2025 é uma oportunidade épica para aqueles que agem com dados em mãos.

Com o comércio em expansão e a sustentabilidade gerenciável por meio da inovação, o setor pode liderar globalmente sem perder terreno.

Não espere: implemente essas estratégias para capturar o ouro branco antes que o mercado mude.

O futuro do leite é seu. Fique no controle!

 

Valéria Hamann

EDAIRYNEWS

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