ESPMEXENGBRAIND
10 jul 2025
ESPMEXENGBRAIND
10 jul 2025
Na Itália, os lácteos ricos em proteína saíram da prateleira fitness e já dominam o mercado com iogurtes, queijos e bebidas de alto valor agregado.
A nutricionista afirmou que tomar leite é muito saudável por causa de suas proteínas de alto valor biológico. Lácteos ricos em proteína.

Os lácteos ricos em proteína deixaram de ser um nicho exclusivo dos esportistas para se tornarem protagonistas nas prateleiras italianas.

Com mais de 800 milhões de euros movimentados entre iogurtes, queijos tipo “fiocchi”, bebidas e sobremesas funcionais, a categoria HI-PRO se consolidou como uma das mais dinâmicas do setor. A crescente demanda por alimentos saudáveis e funcionais impulsionou uma diversificação sem precedentes nas gôndolas do varejo — e o Brasil acompanha de perto essa tendência.

Segundo dados da Circana, o mercado italiano de produtos lácteos HI-PRO — que inclui iogurtes, sobremesas, bebidas e queijos tipo “fiocchi” — já movimenta cerca de 300 milhões de euros.

O fenômeno HI-PRO também transformou o varejo: o número médio de referências por ponto de venda saltou de 29, em 2021, para 53 atualmente, evidenciando a expansão da oferta e a crescente penetração na cesta de compras dos italianos.

O iogurte grego como protagonista silencioso

Em paralelo à onda dos produtos HI-PRO industrializados, o iogurte grego consolidou sua presença como um “superalimento” naturalmente rico em proteínas e com benefícios associados à saúde digestiva e à saciedade.

Hoje, esse segmento já vale mais de 500 milhões de euros na Itália, com um crescimento em volume superior a +50% nos últimos dois anos. Nas gôndolas, o iogurte grego conta com 32 diferentes SKUs em média, rivalizando com os produtos HI-PRO desenvolvidos especificamente para esse público.

A preferência pelo iogurte grego também se explica pela sua versatilidade e imagem “clean label”, especialmente valorizada por consumidores que evitam ingredientes ultra processados.

Crescimento com sinais de maturidade

Os dados mais recentes apontam para uma desaceleração natural na curva de crescimento, sinal de que o mercado está entrando em uma fase de maturidade.

Entre os subsegmentos, as sobremesas monoporção HI-PRO mostram queda mais acentuada, possivelmente refletindo uma saturação ou perda de apelo de curto prazo. O que era visto como uma “moda saudável” parece estar recuando frente a escolhas mais estáveis como iogurtes e bebidas proteicas.

Ainda assim, o cenário geral permanece promissor. O interesse por produtos com alto teor proteico se mantém forte em categorias adjacentes como barras, panquecas e suplementos em pó, o que reforça o apelo transversal da proteína como driver de compra.

O que isso significa para o Brasil?

Embora os dados se refiram ao mercado italiano, as tendências refletem um comportamento global. No Brasil, marcas como Piracanjuba, Verde Campo e Danone já investem fortemente em linhas HI-PRO. A ampliação do mix de produtos, o crescimento dos canais digitais e a demanda crescente por alimentos com apelo funcional sugerem que a curva observada na Itália pode se repetir em terras brasileiras.

Além disso, com a expansão do varejo de discount e a ascensão de marcas próprias, o desafio para a indústria será manter a diferenciação, sem perder competitividade nos preços.

A era dos lácteos com alto teor de proteína está longe de acabar. Mas para continuar crescendo, será preciso ir além da promessa de músculos: o consumidor agora exige sabor, transparência e conveniência.

*Adaptado para eDairyNews, com informações de CLAL News

Te puede interesar

Notas Relacionadas