“O preço do leite pago aos produtores argentinos é o mais barato do mundo”, disse Andrea Passerini, da Confederação Rural Argentina (CRA), nas redes sociais, comparando com os preços globais do leite em novembro passado.
A política de preços máximos, que impedia às empresas de laticínios transferir os aumentos de custos aos atacadistas.

Grande parte desse fenômeno se explica pela política de preços máximos, que impedia às empresas de laticínios transferir os aumentos de custos aos atacadistas e, por extensão, tirava a capacidade de pagar pelo leite cru.

Uma plataforma dedicada a monitorar os preços do varejo dos produtos básicos nos diferentes mercados do mundo (Global Product Prices) mostra, com dados atualizados, que em novembro último a Argentina ocupou o último lugar da tabela em termos de preço do leite fresco.

Com base nos dados de 82 países, a média de preços foi de US$ 1,61 o litro. O preço mais baixo foi na Argentina, US$ 0,39/litro, [R$ 1,90/litro] e o mais elevado o de Gana, US$ 3,49/litro, [R$ 17,00/litro].

Preços do leite no mundo

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Com o governo de Milei, que acabou com a política de preços máximos, os valores se ajustaram de forma violenta, e, por exemplo, o preço do litro de leite integral La Serenísima, que em novembro passado tinha o preço controlado de 418 pesos, [R$ 2,53/litro], passou a ser vendido a 750 pesos, [R$ 4,55/litro].

O preço real no atacado e varejo que reflete a estrutura de custos da cadeia, é, sem dúvida, o primeiro capítulo de uma história que agora tem muito mais componentes, dado que o poder aquisitivo da população argentina está extremamente deprimido e esse fator será, de agora em diante, o principal freio para a atividade leiteira.

A alternativa reside na possibilidade de melhorar as exportações de lácteos para que as indústrias dedicadas a atender o mercado externo possam contar com maior capacidade de comprar leite, algo que pode não se concretizar se o atual governo decidir manter ou aumentar os direitos de exportação sobre produtos lácteos.

O arranjo de Vilella, que conseguiu excluir o aumento de retenções sobre 20 setores econômicos regionais, irá compensar esse dinheiro eliminado o diferencial histórico da soja.

Logo após a reunião técnica com as entidades da Câmara e Conselho Agroindustrial Argentino (CAA), o secretário de Agricultura, Fernando Vilella, antecipou que uns 20 setores econômicos regionais serão excluídos do aumento generalizado das retenções de 15%, como havia sido anunciado na semana passada.

Os laticínios estão incluídos na lista de setores que ficarão com alíquota 0%

Também estarão fora do tributo alfandegário dentro da lei que está sendo enviado pelo Executivo ao Congresso, aparecem as cadeias de Azeitonas, Arroz, Couro, Bovino, Laticínios, Frutas (exceto limão), Hortícolas, Feijão, Batata, Alho, Grão de Bico, Ervilha, Lentilha, Mel, Açúcar, Erva-Mate, Chá, Cavalos e Lã.

Por outro lado, segundo disseram fontes oficiais a Bichos de Campo, haverá uma queda na alíquota de 15% para 8% para o setor vitivinícola, incluindo o mosto.

Os setores não listados na lei, verão as retenções serem aplicadas a partir de 1º de janeiro de 2024.

Surpreendentemente também foi anunciado depois da reunião – que foi realizada na sede do Comércio com a presença do secretário de Coordenação do Ministério da Economia, Juan Pazos – inclusive com representantes do setor agrícola, que um aumento na tarifa de 31% para 33% será proposta ao Congresso, para os subprodutos da soja. O farelo e óleo de soja constituem a maior fonte de divisas estrangeiras para a economia argentina, e com esta tarifa suplementar, (cerca de 400 milhões de dólares no ano), irá substituir a desoneração dos setores econômicos regionais.

Ao longo de 2023, o diferencial histórico de retenções que beneficiava a indústria azeiteira (e que o defende como ferramenta para gerar exportações com valor agregado) foi utilizado para financiar o escandaloso trust trigueiro (FETA), que aplicou 60% dos recursos subsidiando uma só empresa, o grupo Molinos Cañuelas.

 

 

 

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