ESPMEXENGBRAIND
14 out 2025
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A Fazenda Primavera, em Goiás, mostra que o leite sustentável é possível: tecnologia, sucessão familiar e renda crescente com o Nature por Ninho.
De 5 vacas a 700 L/dia: o leite que regenera e dá lucro
De 5 vacas a 700 L/dia: o leite que regenera e dá lucro.

A Fazenda Primavera, em Anápolis (Goiás), é o retrato da revolução silenciosa que o programa Nature por Ninho, da Nestlé, vem promovendo no campo brasileiro.

O que começou com cinco vacas de baixa produtividade hoje se transformou em uma operação moderna, eficiente e sustentável, que produz 700 litros de leite por dia — com a meta de alcançar 1.000 litros diários até o próximo ano.

Por trás dessa transformação está a família Silva, que apostou na inovação, na gestão e na agricultura regenerativa para mudar o destino da sua pequena propriedade de sete hectares.

“Começamos praticamente do zero. Tudo o que tínhamos era força de vontade. Hoje, conseguimos viver bem do leite e ver que o esforço valeu a pena”, conta o produtor Odair Albino da Silva, ao lado da esposa Maria Amélia e do filho Iago.

Nature por Ninho: sustentabilidade com resultado econômico

O salto de produtividade da família começou quando a Fazenda Primavera aderiu ao Nature por Ninho, iniciativa da Nestlé criada para promover a produção de leite sustentável e regenerativa.

O programa oferece assistência técnica, certificação e apoio em gestão, além de recompensas financeiras para os produtores que implementam boas práticas ambientais e sociais.

Desenvolvido em parceria com a Embrapa, o projeto classifica as fazendas em três níveis de certificação — Bronze, Prata e Ouro —, conforme critérios de qualidade do leite, bem-estar animal, uso racional da água e respeito aos direitos humanos.

Na prática, isso significou uma mudança profunda de mentalidade para os Silva. Com apoio técnico, passaram a monitorar indicadores de produtividade e impacto ambiental, utilizando o aplicativo Leiteria, que mede, entre outros dados, o consumo de água por litro de leite produzido.

“Aprendemos que sustentabilidade não é custo — é investimento”, afirma Odair.

Números que provam o impacto

Hoje, o Nature por Ninho reúne 977 fazendas certificadas nos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, totalizando mais de 10 mil hectares em regeneração e 75 milhões de litros de água economizados.

As propriedades com certificações mais avançadas apresentaram, em 2022:

  • 8% menos emissões de carbono em relação a 2021;

  • 41% mais produção diária;

  • 18% mais produtividade por vaca;

  • 67% mais geração de renda;

  • 58% maior rentabilidade sobre o capital investido.

Esses resultados reforçam que o modelo regenerativo é economicamente viável. A Nestlé, que compra cerca de 1,1 bilhão de litros de leite por ano no Brasil, vê na iniciativa uma ferramenta estratégica para fortalecer a cadeia produtiva e atingir sua meta global de neutralizar emissões até 2050, com reduções de 20% até 2025 e 50% até 2030.

Sucessão familiar e tecnologia no campo

O futuro da Fazenda Primavera passa pelas mãos do jovem Iago Albino, filho do casal. Foi dele a ideia de instalar GPS no trator da propriedade, otimizando o uso de insumos e reduzindo desperdícios.

“No começo, meu pai achava que era exagero, mas depois viu a diferença. Com o GPS, não tem erro nem desperdício de adubo”, explica Iago, que sonha em investir em genética e ampliar a estrutura da fazenda.

A transição geracional é um dos pontos-chave da nova pecuária leiteira. Para Odair, é motivo de orgulho:

“Antes, era só na força. Agora, é na inteligência e na tecnologia. O Iago tem ideias novas e vai longe.”

O leite que regenera o campo e o futuro

O Nature por Ninho é mais que um programa: é símbolo de um novo modelo de agronegócio, no qual o lucro e a regeneração caminham juntos. Reconhecido no Prêmio Eco 2023, o projeto se destaca por reduzir emissões e disseminar práticas ambientais responsáveis.

A história da Fazenda Primavera mostra que a transformação não vem apenas das grandes propriedades, mas das pequenas que abraçam o conhecimento, a tecnologia e o cuidado com o solo.

De cinco vacas a 700 litros por dia, a família Silva prova que o leite pode alimentar pessoas e regenerar a terra ao mesmo tempo — um exemplo de que o campo brasileiro pode crescer sem perder suas raízes.

*Escrito para o eDairyNews, com informações de CompreRural

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