Os melhores queijos do supermercado costumam ser tema de debate entre quem busca comer bem sem abrir mão do sabor.
Apesar da fama de vilão por causa da gordura saturada e do sal, especialistas em nutrição lembram que o queijo é um alimento cheio de nuances — e pode, sim, oferecer benefícios importantes quando consumido com moderação.
A reportagem ouviu referências em alimentação saudável que avaliam desde a composição nutricional até o impacto desses produtos no metabolismo, destacando quais rótulos merecem mais espaço no carrinho.
Ao contrário do senso comum, o queijo reúne proteínas de alta qualidade, cálcio, fósforo, vitamina B12 e vitamina A. Essa combinação apoia a saúde óssea, a reparação muscular e a produção de energia. Alguns queijos tradicionais ainda carregam bactérias benéficas, que podem atuar positivamente no microbioma intestinal.
O nutricionista britânico Rob Hobson, autor de publicações dedicadas a alimentação descomplicada, afirma que estudos recentes já mostram um efeito neutro — e às vezes até protetor — da gordura láctea sobre o coração.
Essa visão mais ampla se apoia no chamado “efeito da matriz láctea”, em que os nutrientes presentes no queijo modulam a forma como a gordura é absorvida e processada pelo organismo. Assim, dois produtos com a mesma quantidade de gordura podem ter impactos diferentes no colesterol.
Mesmo assim, especialistas reforçam que o controle de porção continua essencial, sobretudo para quem convive com hipertensão ou colesterol alto.
Dentro desse cenário, o público pergunta: afinal, entre tantas variedades, quais são os melhores queijos para equilibrar sabor e saúde? O ranking a seguir considera cálcio, proteína, sal, presença de culturas vivas e densidade nutricional.
1. Cheddar (tradicional e maturado)
Clássico nas mesas britânicas, o cheddar aparece entre os melhores queijos por ser uma das fontes mais potentes de cálcio: 30 gramas chegam a oferecer um terço da necessidade diária de um adulto. Como os queijos duros concentram proteínas, o cheddar apoia o crescimento ósseo e a manutenção da massa magra.
As versões maturadas têm sabor mais intenso, o que naturalmente reduz a quantidade consumida, e apresentam menos lactose, facilitando a digestão. O ponto de atenção é o sal: uma porção pode representar cerca de 10% da ingestão diária recomendada.
2. Brie e camembert
Com textura cremosa e sabor marcante, os queijos macios têm teor menor de cálcio e proteína por causa da umidade — mas compensam com compostos que vêm sendo estudados há anos. O brie contém espermidina, molécula associada à prevenção da replicação de células danificadas.
Já o camembert tem ácidos graxos que podem estimular o BDNF, proteína relacionada à memória e ao desempenho cognitivo. São escolhas interessantes quando combinadas a frutas, saladas mornas ou pães integrais.
3. Feta e halloumi
Esses queijos mediterrâneos aparecem bem colocados entre os melhores queijos graças à densidade nutricional do leite de ovelha e cabra, rico em cálcio, magnésio, zinco e vitaminas A, B2, B12 e D. O feta, embora salgado, é mais leve em calorias e combina com saladas e vegetais grelhados, ajudando a controlar o apetite.
O halloumi, famoso pela textura firme, é uma boa fonte de proteínas, mas exige moderação por causa do teor de sódio.
4. Queijos azuis
Roquefort, gorgonzola e outras variedades azuis são ricos em culturas vivas que podem beneficiar o microbioma. Algumas cepas presentes nesses queijos ajudam a reduzir inflamações e controlar o colesterol. Ainda assim, são produtos com mais gordura saturada e sal, motivo pelo qual o consumo deve ser ocasional e consciente.
Vale lembrar que o mofo de algumas variedades pode produzir micotoxinas, e por isso a escolha deve priorizar produtores confiáveis.
5. Babybel e queijo em fios
Surpreendentemente, esses produtos industrializados aparecem no ranking dos melhores queijos pela praticidade e composição simples. Segundo Hobson, não são ultraprocessados: o Babybel é apenas queijo pasteurizado recoberto de cera, com bom teor de proteínas e cálcio.
O queijo em fios, feito a partir de queijo real aquecido e esticado, também não carrega a lista de aditivos que muitos consumidores imaginam. Para lanches rápidos, são opções melhores do que snacks açucarados ou biscoitos pobres em nutrientes.
No fim, o que realmente diferencia os melhores queijos é o equilíbrio entre informação, moderação e propósito. Dentro de uma dieta variada, eles podem ser aliados — não inimigos — da saúde.
*Escrito para o eDairyNews, com informações de Cinetotal






