O mercado de leite no Brasil está fervendo. A redução da oferta levou a uma intensa concorrência entre as indústrias para capturar uma maior participação na produção, o que aumentou os preços pagos aos produtores em 19% (em reais) em julho e em 51% desde a referência de janeiro.

De acordo com a análise de Cepea, “este aumento expressivo é explicado pela menor oferta de leite no campo. Com isso, as indústrias leiteiras continuaram a disputar a compra de leite cru, matéria-prima para a produção de produtos lácteos, para tentar evitar a capacidade ociosa de suas fábricas”.

O forte aumento dos preços se reflete nas referências em dólares. O valor médio que as indústrias pagaram aos produtores de leite no Brasil em julho foi de US$ 59 centavos por litro, muito acima de outras laticínios da região. Portanto, as importações brasileiras de laticínios estão crescendo e as exportações estão diminuindo.

As importações brasileiras de produtos lácteos aumentaram 30,2% entre maio e junho, enquanto as exportações caíram 31%.

Em sua análise, Cepea pergunta: quando desaparecerá o efeito deste choque de fornecimento sobre os preços?

E responde que, do ponto de vista da sazonalidade, a produção só deve ser estimulada pelo retorno das chuvas da primavera em setembro. Portanto, até lá, a tendência é de que os preços permaneçam acima da média anual. No entanto, Cepea adverte que desde maio, os custos de produção aumentaram menos do que nos meses anteriores. Embora os custos com operações mecânicas continuem a aumentar devido à valorização dos combustíveis, a queda no preço do milho tem favorecido a atividade.

El precio de la leche vuela en Brasil y favorece la importacion1

Este cenário e o aumento dos preços do leite no produtor proporcionaram uma melhoria no poder de compra do produtor de leite em relação ao insumo: em junho foi a primeira vez em 20 meses que o produtor precisou de menos de 32 litros de leite para comprar um saco de 60 kg de milho, com base nos preços Cepea. Esta melhoria na taxa de câmbio pode levar a uma retomada dos investimentos e favorecer uma recuperação mais rápida da produção.

Mas, para Cepea, “o fator que deve predominar a partir de julho na formação dos preços é a demanda”. As pesquisas da Cepea mostram que, a partir da segunda quinzena de julho, as negociações spot para o leite e produtos lácteos foram prejudicadas por uma diminuição no consumo, desencorajadas pelos altos preços nas prateleiras. Espera-se que esta situação mude nas próximas semanas, com um maior impulso ao consumo interno.

Melhoria dos negócios para o Uruguai

O salto nos preços do leite no Brasil se reflete claramente nas operações comerciais uruguaias. As exportações de leite em pó aumentaram acentuadamente nas últimas semanas. Na semana que terminou em 14 de agosto, de acordo com dados sobre pedidos de exportação relatados pela Alfândega, 1.799 toneladas de leite em pó foram exportadas para o Brasil, sendo o Brasil o principal destino, à frente da Argélia (1.104 toneladas) e da China (825 toneladas).

A situação no Brasil é provavelmente a razão pela qual os preços do leite em pó integral na América do Sul estão sendo negociados a um preço superior às referências da Oceania.

De acordo com os valores informados pelo Departamento de Agricultura dos EUA, o valor médio do leite em pó integral em julho na América do Sul foi de US$ 4.529 toneladas, muito acima dos US$ 3.841 toneladas na Oceania.

Com base nesta situação, a expectativa é que os volumes de exportação de laticínios do Uruguai para o Brasil permaneçam em níveis relativamente altos nas próximas semanas.

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Bryce Cunningham, um produtor de leite escocês, proprietário de uma fazenda orgânica em Ayrshire (Escócia), lançou um produto lácteo para agregar valor ao leite de sua fazenda, que é um produto de ótima qualidade, sem aditivos, e é um exemplo de economia circular.

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