Com a demanda por laticínios em alta, cresce também a necessidade de aprimorar a eficiência da cadeia de suprimentos.
Na indústria láctea, onde o leite é altamente perecível, a otimização de rotas se torna essencial para manter a qualidade do produto e reduzir custos operacionais.
Planejamento em tempo real
Desley Haas, CEO da MADCAP (Contec Group International), explica que sua plataforma especializada na logística do leite cru — da fazenda à fábrica — já é usada por seis das maiores empresas lácteas do mundo, incluindo a Nestlé, que a utiliza em 23 países.
“Nosso sistema gerencia coleta, transporte, testes, pagamentos e até gestão de capital. Um dos nossos diferenciais é o acesso centralizado e em tempo real aos dados, o que permite uma colaboração eficaz entre produtores, transportadoras e plantas industriais”, afirma Haas.
Jeremy Ridley, diretor técnico da MADCAP, destaca que fatores como horários de ordenha, acesso das carretas, condições das estradas e clima impactam diretamente o sucesso das rotas.
Tecnologia e automação
A empresa Milk Moovement também está revolucionando o transporte com um software que integra todos os dados logísticos da cadeia láctea.
Jon King, cofundador da empresa, afirma que a automação reduziu erros humanos, burocracia e ineficiências.
“O motorista registra a coleta via smartphone e o descarregamento na chegada. Todos os dados, incluindo resultados dos testes de qualidade, são disponibilizados em dashboards web e mobile em tempo real. Já reduzimos em 3,5% os custos de transporte e ainda temos margem para avançar.”
Eficiência e sustentabilidade
A Lily Transportation, por sua vez, utiliza tecnologia para garantir entregas no prazo e em boas condições.
“Utilizamos monitoramento em tempo real e planejamento de cargas eficiente, sempre respeitando as normas de segurança alimentar”, explica Jon Baldi, VP sênior da empresa.
A integração com plataformas baseadas em nuvem e tecnologias como agricultura de precisão e dispositivos IoT permite ajustes dinâmicos nas rotas, reduzindo desperdícios e emissões de carbono.
Desafios e soluções
Entre os principais desafios logísticos, estão as variações sazonais da produção e o curto prazo de validade do leite. “Durante picos, o volume sobrecarrega a frota; na baixa, há subutilização.
Para isso, soluções como o comingle — compartilhamento de cargas entre diferentes produtores — ajudam a otimizar o uso dos caminhões”, diz Ridley.
Outro recurso essencial é o Hauler Mobile, da MADCAP, que permite atualizações dinâmicas de rota e integração com o agendador automático. “Com isso, o sistema responde em tempo real a imprevistos e mantém o frescor do leite até a indústria.”
O futuro já chegou
A tecnologia GPS com IoT já é usada para rastrear localização, temperatura e volume do leite transportado. “Com alertas automáticos em caso de variação de temperatura, evitamos perdas e garantimos a integridade do produto”, diz Ridley.
Ferramentas como GIS ajudam a respeitar limites de peso, altura e regulamentações locais, evitando multas e rotas inadequadas.
No horizonte, a inteligência artificial e até veículos autônomos prometem levar a eficiência a um novo patamar. “O segredo está na integração dos dados — da fazenda ao mercado.
Quanto mais fluida a informação, melhores e mais rápidas são as decisões logísticas”, conclui Baldi.
Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷