As principais doenças negligenciadas na bovinocultura leiteira e a manutenção do equipamento de ordenha foram temas discutidos nesta quarta-feira (09), durante o 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite (SBSBL).
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Palestras abordam doenças negligenciadas e manutenção do equipamento de ordenha no 11º SBSBL

 O médico-veterinário Álvaro Menin discorreu sobre os obstáculos sanitários e soluções para o enfrentamento às enfermidades.

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Médico-veterinário Álvaro Menin: “Estamos trabalhando com doenças muito difíceis de controlar, muito frequentes nos rebanhos. São desafios diários, mas precisamos nos posicionar frente a elas”- Fotos: Divulgação/MB Comunicação

Entre as doenças que representam um grande desafio ao setor, Menin citou doenças imunossupressoras, como a leucose bovina e a tuberculose. Ele também apresentou um grupo de doenças que têm uma evolução subclínica e precisa ser incluído nos programas de controle na propriedade, a exemplo da neosporose, além dos agentes infecciosos, responsáveis por quadros de disbiose, diarreias e pneumonia em bovinos.

O médico-veterinário apresentou possíveis soluções associadas a esses quadros, principalmente do ponto de vista de diagnóstico e controle. No caso da diarreia viral bovina (BDV), por exemplo, que torna o animal suscetível a outros agentes, por deixar de oferecer uma resposta imune satisfatória, é primordial criar mecanismos eficientes para detectar qual parte do rebanho está infectada, separá-la para que não contamine os demais, e manter um acompanhamento do rebanho.

A respeito dos complexos entéricos, Menin avaliou que o diagnóstico dessas doenças ainda é negligenciado. “Muitas vezes fazemos um exame microbiológico e paramos por aí, sem entender com profundidade os desafios com os quais estamos nos deparando”.

Para concluir, o especialista alertou para os desafios de tratamento, que tendem a se tornar cada vez mais difíceis por conta da resistência a antibióticos e aos desinfetantes. “Estamos trabalhando com doenças muito difíceis de controlar, muito frequentes nos rebanhos. São desafios diários, mas precisamos nos posicionar frente a elas, sempre prospectando uma visão de futuro para quais caminhos devemos seguir”, finalizou.

Cuidados com a ordenha

O médico-veterinário Rafael Ortega debateu sobre a manutenção do equipamento de ordenha e seus impactos na saúde da glândula mamária e na qualidade do leite. Ele destacou que a máquina de ordenha é um dos pilares básicos para controlar a mastite. “O objetivo da máquina de ordenha deve ser recolher o leite de forma segura, suave, rápida e completa. Temos que ter consciência de que não são as vacas que precisam se adaptar às máquinas de ordenha, mas as máquinas precisam se adaptar às vacas”.

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Médico-veterinário Rafael Ortega: “Todas as fazendas devem ter um score de hiperqueratose para controlar a mastite”

Considerando a importância dos equipamentos de ordenha e sua relação com a qualidade do leite, a manutenção das teteiras deve ser uma preocupação constante. As revisões, tanto estática como dinâmica, não podem ser deixadas de lado. “Quando a teteira passa do número recomendado de ordenhas, o barril pode perder a tensão e resultar numa massagem inadequada, os lábios da teteira podem se deformar, provocando um selamento inadequado, ainda pode ocorrer deformação do barril, que vai gerar mais deslizamentos, e contaminação do barril por bactérias”, explicou.

Para obter melhores resultados, há questões relevantes que precisam ser consideradas na escolha da teteira. Um dos requisitos que merece atenção é o tamanho, pois caso seja inadequado, pode ter impacto negativo nos níveis de ordenha e no fluxo de leite. Outro aspecto importante é a pulsação, pois um sistema bem configurado permite ordenar as vacas num menor tempo, minimizar o desconforto do animal e, com o vácuo apropriado, melhorar a qualidade do leite.

Ortega ainda chamou a atenção para os casos de hiperqueratose, revelando que vacas diagnosticadas com essa condição são 40% mais suscetíveis a desenvolver mastite.  “Todas as fazendas devem ter um score de hiperqueratose para controlar a mastite”, orientou.

6ª Brasil Sul Milk Fair

Em paralelo ao 11º SBSBL, mais de 20 empresas participam da 6ª Brasil Sul Milk Fair. A feira traz produtos, serviços e tecnologias que impulsionam a bovinocultura leiteira. Os expositores são empresas das áreas de aditivos nutricionais, tecnológicos, sensoriais e zootécnicos; insumos agrícolas, como fertilizantes e sementes; nutrição: alimentos balanceados, núcleos, premixes vitamínicos/minerais e ingredientes; saúde animal: vacinas, terapêuticos, profiláticos e melhores de desempenho; distribuidores do setor, além de instituições de ensino e imprensa especializada.

Para estimular a interação entre os participantes, nos intervalos da programação científica do SBSBL, há os “Milk breaks”, onde os congressistas podem degustar alimentos à base de lácteos.

Apoio

O 11º Simpósio Brasil Sul de Bovinocultura de Leite tem apoio da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), do Conselho Regional de Medicina Veterinária de SC (CRMV/SC), da Prefeitura de Chapecó e da Sociedade Catarinense de Medicina Veterinária (Somevesc).

 

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A relação entre segurança alimentar e negócios tem ganhado força, já que um descompasso do lado da oferta afeta negativamente a demanda.

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