De acordo com levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), 67% da produção nacional de grãos do Brasil é proveniente de apenas quatro Estados: Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Sul e Goiás. O Paraná é o segundo colocado, perdendo apenas para o Mato Grosso, no entanto, é importante considerar a extensão das áreas de plantio do primeiro colocado. O Paraná não tem um território produtivo tão grande, mas conta com uma população com tradição agrícola e investimento em informação e tecnologia no campo.
“O Paraná possui apenas 2% do território nacional e boa parte desta área está ocupada com matas, rios, áreas de preservação e reservas indígenas. Mesmo assim, somos responsáveis pela produção de 20% dos alimentos do país. Certamente esse resultado é reflexo de bons profissionais, pois aqui temos algumas das melhores faculdades de Agronomia do Brasil, tanto públicas quanto privadas. Além de terras férteis e clima favorável”, avalia o Engenheiro Agrônomo e Doutor em Zootecnia, Igor Quirrenbach de Carvalho.
Igor Quirrenbach de Carvalho é mestre em Agronomia, doutor em Zootecnia e foi pesquisador da Fundação ABC por 13 anos. — Foto: Divulgação/Crea-PR
Além da intensa produção de grãos, o Estado tem se consolidado nos últimos anos como um eficiente produtor de carnes, responsável por 21% da fatia nacional, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
A cada ano, a pecuária paranaense bate recordes, demonstrando o potencial de crescimento do segmento. A Pesquisa Trimestral do Abate de Animais do IBGE aponta que, no segundo trimestre de 2019, as atividades da pecuária cresceram em relação ao mesmo período de 2018: houve altas no abate de bovinos (3,5%), de suínos (5,2%) e no de frangos (3,4%). O Paraná é líder nacional na avicultura, à frente de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além disso, também ocupa o primeiro lugar como produtor de tilápia. Na produção de suínos e de leite o Paraná está na segunda colocação. Já na cultura de bovinos, o Estado é o nono, responsável por 3,9% do total nacional.
Para o Engenheiro Agrônomo Juliano Alarcon Fabricio, cada propriedade rural é um sistema único de produção, e é preciso um trabalho multidisciplinar para otimizar os resultados econômicos.
“Os Engenheiros Agrônomos, Zootecnistas e Médicos Veterinários trabalham juntos em questões como sanidade, reprodução, nutrição dos animais, e gestão visando maior eficiência e produtividade. Assim, a propriedade é enxergada como se a fosse uma equação, onde é identificada e solucionada cada lacuna que está impedindo o crescimento”, avalia Juliano.
Juliano Alarcon Fabricio é mestre em Agronomia e trabalha com consultoria de uso intensivo de pastagem e gestão dos fatores produtivos. — Foto: Divulgação/Crea-PR
Os Engenheiros Agrônomos e Zootecnistas são profissionais que podem atuar tanto com a produção animal quanto vegetal, com diversos campos correlatos de trabalho. No entanto, o Zootecnista está mais voltado para a produção animal, enquanto o Engenheiro está para a vegetal, conforme o direcionamento das graduações.
“São profissões complementares, de nenhuma forma concorrentes. Uma pesquisa da Embrapa recentemente indicou que o ganho de produtividade que tivemos no campo nos últimos anos se deve mais à informação do que à utilização de insumos. O que isso significa? Que a geração e transmissão de informações é o que fortalece o agronegócio paranaense, e os Engenheiros e Zootecnistas têm papel importantíssimo neste contexto“, afirma Quirrenbach.
De acordo com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), o Brasil conta com mais de 105 mil Engenheiros Agrônomos. Já os Zootecnistas somam aproximadamente 35 mil, conforme a Associação Brasileira de Zootecnistas.