ESPMEXENGBRAIND
5 jul 2025
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Com práticas distintas, corte e leite impulsionam o agronegócio brasileiro e exigem gestão, tecnologia e foco em sustentabilidade.
Pecuária de corte e leiteira no Brasil: dois pilares que sustentam o agro nacional
Pecuária de corte e leiteira no Brasil: dois pilares que sustentam o agro nacional.

A pecuária brasileira, dividida entre corte e leite, é um dos principais motores do agronegócio do país. Ambas as modalidades movimentam bilhões de reais, abastecem o mercado interno e externo, geram milhões de empregos e enfrentam desafios relevantes, como os altos custos de produção, a demanda por inovação e os impactos ambientais.

Pecuária de corte: exportações e desafios logísticos

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores mundiais de carne bovina, com destaque para mercados como China, Estados Unidos e países do Oriente Médio. A criação de gado de corte envolve três fases principais: cria, recria e engorda, com forte atenção à nutrição, sanidade e bem-estar dos animais.

Apesar da relevância econômica, o setor enfrenta um retorno financeiro mais demorado, já que o produtor só obtém lucro após o abate dos animais. Além disso, a alimentação é cara e, em muitos casos, demanda suplementação proteica. A oscilação do preço da arroba exige uma gestão de custos altamente profissionalizada.

Por outro lado, o uso de contratos futuros, a adoção de sistemas integrados como a Integração Lavoura-Pecuária (ILP), e os avanços em genética animal vêm aumentando a eficiência produtiva e a rentabilidade. A sustentabilidade também tem ganhado espaço, com iniciativas de rastreabilidade, conservação de pastagens e menor emissão de gases.

Pecuária leiteira: receita contínua, exigência diária

A produção de leite, presente em praticamente todo o território nacional, se diferencia pela constância de receitas. Vacas leiteiras começam a produzir poucos dias após o parto, permitindo a comercialização diária do leite, o que garante fluxo de caixa mais previsível e rápido.

Entretanto, a pecuária leiteira exige atenção constante: é uma atividade intensiva em mão de obra e sensível à qualidade da alimentação, higiene e sanidade dos animais. Problemas como mastite ou flutuações no preço do litro de leite pago ao produtor comprometem diretamente a rentabilidade.

A modernização da atividade tem sido uma aliada importante. Sistemas automatizados de ordenha, softwares de gestão zootécnica, melhoria genética e integração com lavoura e floresta aumentam a produtividade e garantem maior conforto animal. A produção de leite orgânico e com valor agregado também se mostra uma tendência crescente.

Duas realidades, um mesmo papel estratégico

Embora com dinâmicas operacionais diferentes, a pecuária de corte e leiteira cumprem papéis complementares no agronegócio brasileiro. A primeira impulsiona as exportações e contribui para o saldo da balança comercial. A segunda sustenta a indústria de laticínios e o abastecimento do mercado interno com derivados como queijo, manteiga e iogurte.

A escolha entre os modelos depende de variáveis como tamanho da propriedade, clima regional, acesso a crédito e o perfil do produtor. Em ambos os casos, o uso de tecnologia, o bem-estar animal e a gestão estratégica são cruciais para manter a competitividade.

De acordo com dados da Embrapa e da ESALQ/USP, o Brasil é líder global em produção e exportação de carne bovina, e figura entre os cinco maiores produtores de leite do mundo. Esses números reforçam o peso da atividade no PIB agropecuário e sua capacidade de geração de emprego e renda.

Sustentabilidade como eixo central do futuro

Apesar do protagonismo econômico, a pecuária enfrenta crescentes pressões por parte de consumidores, mercados internacionais e órgãos reguladores. A abertura de novas áreas de pastagem ainda está associada ao desmatamento e à emissão de gases de efeito estufa, sobretudo quando feita de forma extensiva.

Nesse cenário, ganham relevância práticas sustentáveis como a recuperação de pastagens degradadas, a agricultura regenerativa, o uso racional da água e a certificação de origem da carne e do leite. A integração com outras culturas e atividades também aparece como solução para aumentar a produtividade sem ampliar a área ocupada.

Com base em informações da Embrapa, ESALQ Jr. Consultoria, Wikipedia e portais especializados, é possível afirmar que a pecuária brasileira — tanto de corte quanto leiteira — caminha para um futuro cada vez mais técnico, eficiente e sustentável. Com planejamento e inovação, o setor continua a cumprir sua missão: alimentar o Brasil e o mundo com responsabilidade social e ambiental.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de CPG Click Petroleo e Gas

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