O presidente e CEO da PepsiCo, Ramon Laguarta, afirmou em 4 de fevereiro, durante a apresentação dos resultados mais recentes aos analistas, que está “muito confiante” em atingir a meta de crescimento orgânico de 4-6% e até alcançar o limite superior da previsão.
O crescimento esperado para o novo ano é de um dígito baixo, após a PepsiCo registrar um aumento de 2% nos 12 meses até 28 de dezembro.
No entanto, os volumes caíram nas divisões de lanches e alimentos Quaker na América do Norte, e ficaram estáveis nas bebidas.
Os volumes internacionais, no entanto, foram geralmente positivos, sendo essa a principal fonte de receita do grupo, que alcançou US$ 91,8 bilhões no ano passado.
Laguarta não comentou sobre o impacto potencial das tarifas dos EUA, caso elas se concretizem, após Trump suspender as medidas planejadas para o Canadá e o México. No entanto, fez referência a riscos externos.
Laguarta acrescentou: “Pensamos do ponto de vista geopolítico ou algumas das decisões potenciais que os governos podem tomar no futuro.
Podemos investir no negócio e continuar investindo a longo prazo, como sempre fazemos, mas também nos dar flexibilidade para reagir a circunstâncias que possam surgir nos próximos meses, especialmente, eu diria, no primeiro semestre do ano.”
Investimentos em lanches saudáveis e bebidas com proteína
O investimento será focado em lanches “permitidos” para impulsionar o crescimento no negócio Frito-Lay, como produtos com menos sal, menos sódio, redução de gordura, além do controle de porções, à medida que os consumidores se tornam mais conscientes da saúde.
A demanda por benefícios de proteínas também será destacada em lanches e bebidas, com Laguarta apontando para uma “urgência” em investir em bebidas com proteínas, bem como em “hidratação funcional”, bebidas sem açúcar e nutrição esportiva.
Pouco impacto dos medicamentos GLP-1 até agora
Laguarta sugeriu que o foco da PepsiCo em produtos mais saudáveis não é impulsionado principalmente pelo aumento da disponibilidade de medicamentos para perda de peso ou obesidade (GLP-1).
Ele explicou, respondendo a uma pergunta de um analista: “Continuamos estudando o GLP, obviamente, com muitos detalhes.
E, neste ponto, vemos que devido aos níveis baixos de adoção e as pessoas entrando e saindo do tratamento, vemos um impacto muito pequeno no nosso negócio e na nossa categoria, até o momento.”
“Eu acho que o controle de porções é uma estratégia altamente estratégica que implementamos há muitos anos. Além disso, a evolução de longo prazo do nosso portfólio com menos sódio, menos gordura, menos açúcar, ingredientes positivos, proteínas vegetais, grãos integrais.
Todos esses são ajustes estratégicos e evoluções do nosso portfólio que estamos fazendo há muitos anos.”
Foco na estabilização da categoria de lanches e ajustes de preço
Os lanches salgados da Frito-Lay foram um ponto central durante a chamada com analistas, pois os volumes caíram 2,5% no ano passado.
Essa queda foi, no entanto, menor do que a redução de 14% nos alimentos Quaker e uma diminuição de 3% nas bebidas da América do Norte.
“Nos lanches, após cinco anos de crescimento muito rápido e ganhando quase 200 pontos base de participação, 2024 foi um ano de desaceleração”, disse o CEO da PepsiCo aos analistas.
“Nossa prioridade número um este ano foi estabilizar a categoria, garantindo que os consumidores voltem a ela com investimentos de bom ROI. Acho que podemos dizer que vemos isso acontecendo.”
Quando questionado se uma redução nos preços ajudaria a impulsionar a recuperação dos volumes de lanches, o CEO respondeu: “Eu não assumiria que teremos preços negativos. Não acho que essa seja nossa estratégia.”
Ele acrescentou: “O que estou dizendo é que teremos ofertas muito mais cirúrgicas para os consumidores, especialmente em torno de divisões de preço [pacotes abaixo de US$ 1-2], o que acho que podemos fazer em termos de preço e tamanho, de forma a oferecer opções aos consumidores sem diluir os preços dos nossos negócios ou da categoria.”
A PepsiCo também planeja oferecer essas “divisões” em bebidas para impulsionar o crescimento da receita.
“Temos uma oportunidade de melhorar a linha superior das bebidas. E esse é o foco para este ano, continuar expandindo a margem, mas acelerar a linha superior com um foco maior em inovação contra zero, contra hidratação funcional”, explicou Laguarta.
*Traduzido e adaptado para eDairyNews 🇧🇷
