ESPMEXENGBRAIND
28 jun 2025
ESPMEXENGBRAIND
28 jun 2025
Estudos desenvolvidos no Vale do Taquari mostram caminhos para transformar um dos maiores passivos ambientais dos laticínios em fonte de ingredientes funcionais.
Soro. Doutora em Biologia Celular e Molecular, Claucia de Souza (foto: Paulo Cardoso)
Doutora em Biologia Celular e Molecular, Claucia de Souza (foto: Paulo Cardoso)

No Brasil e no mundo, o soro do leite continua sendo um dos grandes desafios ambientais da cadeia láctea.

Só para se ter uma ideia, cada quilo de queijo fabricado gera cerca de nove litros de soro — um subproduto abundante, rico em matéria orgânica e nutrientes, mas que, quando descartado sem tratamento adequado, compromete corpos hídricos e o equilíbrio ambiental.

Mas esse cenário pode estar mudando. Pesquisas conduzidas na Universidade do Vale do Taquari (Univates), no Rio Grande do Sul, buscam transformar o que antes era problema em oportunidade para a indústria de laticínios e setores correlatos.

Desde 2009, a doutora em Biologia Celular e Molecular Claucia de Souza lidera trabalhos focados em reaproveitamento do soro, dentro do parque tecnológico Tecnovates e dos laboratórios da graduação e pós-graduação da instituição. O objetivo é claro: agregar valor ao soro do queijo e reduzir o impacto ambiental do descarte.

“O soro contém proteínas e compostos com alto potencial de uso em alimentos e suplementos”, explica Claucia. Ela destaca que a proteína isolada do soro, já conhecida por sua aplicação em suplementos esportivos e alimentos funcionais, é apenas uma das possibilidades.

Na Univates, os pesquisadores exploram diferentes processos de concentração dessas proteínas, além de trabalhar com enzimas capazes de quebrar as cadeias proteicas em peptídeos menores. Esses peptídeos, por sua vez, possuem propriedades bioativas com benefícios potenciais para a saúde humana, como suporte ao sistema imunológico e recuperação muscular.

Os produtos finais, em formato de pó com alta concentração proteica — podendo chegar a 90% —, têm aplicação em diferentes segmentos da indústria, incluindo alimentos, nutrição esportiva e produtos funcionais.

Para a cadeia láctea, iniciativas como essa reforçam a necessidade de enxergar subprodutos como o soro não apenas sob a ótica do passivo ambiental, mas como fontes de novos negócios, inovação e valor agregado.

 

*Adaptado para eDairyNews, com informações de Grupo A Hora – Notícias, lajeado, esporte, negócios, vale do taquari

Te puede interesar

Notas Relacionadas