Não é certamente por falta de vontade. Um agricultor dos Países Baixos lançou, ainda no ano passado, o primeiro gelado feito com leite de porco.
A sua aldeia “adorou” o produto, como se pode perceber numa reportagem do The Times: era mais cremoso, devido ao elevado teor de gordura do leite da porca — cerca de 8,5%, em comparação com os 3,9% do leite de vaca, segundo o blogue de comida da BBC.
O mamífero cujo nome serve de insulto alimenta as suas crias com leite, mas nós nunca quisemos “mamar” como “mamamos” na vaca ou na “cabritinha”. Como (quase) dizem as Bombocas, é (quase) tudo teta.
A agricultura, a biologia e as… teimosas tetas das porcas ajudam a explicar esta falta de tração — ou sucção.
Além disso, as tetas das porcas são mais pequenas, mais duras e mais difíceis de alcançar do que as das vacas — até os leitões têm de se esforçar para conseguirem chegar-lhes.
O tamanho das tetas dificulta o processo de extração de leite, uma vez que exige mais cuidados e mais pausas, enquanto as vacas podem ser ordenhadas durante muito mais tempo.
Mas o sabor e consistência também têm um papel na rejeição do leite de porco, que é mais aguado, mais gomoso e sabe mais a caça, devido à dieta omnívora do animal, explicam os especialistas: “tem um sabor ainda mais forte do que o leite de cabra, muita gente não gosta”, confessa um representante de uma quinta que cria porcos.